Conto de fadas moderno
Era de manhã e Cinderela, entre uma arrumação e uma varrição, tentava espantar os bichos que insistiam em andar pela casa. Que saco conviver com tanto cocô, pêlo e pena! Só em conto de fadas! E olha que a vigilância sanitária já tinha passado por lá e advertido a vizinha para prender os bichos dela lá no quintal dela mesma.
Tudo porque Branca, depois de umas férias no campo, pirou no cabeção e encasquetou de entrar pra sociedade protetora dos animais e chegava em casa cheia de alpiste, ração, milho.
Branca nem lembrava mais de si própria, não mudava aquele penteado estilo capacete que parecia o da Cassandra do "Sai de baixo".

E que mulher adulta, em pleno século XXI, anda com um laço vermelho ridículo?
Cinderela lembrou às pressas:
- Acorda Aurora, se não tu vais perder o ônibus! Ái, Jesus.
Era o primeiro dia do emprego da dorminhoca. Na noite anterior Aurora resolvera costurar um rasgo no uniforme do trabalho e espetou o dedo na agulha. Ficou com o dedo doendo tanto que levou mais de uma hora pra terminar a costura, passou um "antidesinflamatório" e foi dormir para acordar às cinco.
E quem disse que dormia? Ficou assistindo o Programa do Jô até tarde. Adorava ver aquelas entrevistas, que nem sempre eram tão legais. Mas ela gostava mesmo eram das frases de vestibular. O problema é que já estava acostumada a dormir tarde e a acordar tarde.
- Acooordaaaaaa!
Cindy lembrou que Branca estava dormindo muito também. Com o laço vermelho. Branca ficou assim depois que comeu uma jaca. Não com o laço, com o sono. Cindy achou que havia alguma coisa com aquela jaca, pois uma velhinha corcunda que anda sozinha naquela rua longe, distribuindo jaca, não é um quadro que se vê todo dia. Ainda mais à noite.
Vai ver a velhinha estava andando havia horas, desde cedo, com aquela jaca, e a jaca estragou. A Branca tinha que ser uma varada de fome? Comeu a jaca sozinha, passou mal, confundiu o remédio pra estômago com o sonífero, e passou a noite dormindo e soltando pum. Pra desespero de Cindy, que dividia o quarto com ela. Já não bastava a inhaca dos bichos da vizinha?
Falar nisso, o galo da vizinha entrou na casa, cantou alto e Adormecida finalmente acordou.
- Cindy! Pelo amor de Deus, por que tu não me acordaste mais cedo?
Cindy teve vontade de esganar a outra loura.
- Além de levantar cedo, fazer todo o trabalho, ainda tenho que cuidar da belezoca?... SAI DAÍ, GALO!
Cindy estava já com os nervos pra estourar.
Acho que vou parar por aqui se não vai sobrar pra mim, também.
- AAAAHHHHHHHHHHHHH! Pára com essa históriaaaa! Vai trabalhar, tu também, narradorzinho bizonho!
Glup! Eu não disse? Fui!
Era de manhã e Cinderela, entre uma arrumação e uma varrição, tentava espantar os bichos que insistiam em andar pela casa. Que saco conviver com tanto cocô, pêlo e pena! Só em conto de fadas! E olha que a vigilância sanitária já tinha passado por lá e advertido a vizinha para prender os bichos dela lá no quintal dela mesma.
Tudo porque Branca, depois de umas férias no campo, pirou no cabeção e encasquetou de entrar pra sociedade protetora dos animais e chegava em casa cheia de alpiste, ração, milho.
Branca nem lembrava mais de si própria, não mudava aquele penteado estilo capacete que parecia o da Cassandra do "Sai de baixo".

E que mulher adulta, em pleno século XXI, anda com um laço vermelho ridículo?
Cinderela lembrou às pressas:
- Acorda Aurora, se não tu vais perder o ônibus! Ái, Jesus.
Era o primeiro dia do emprego da dorminhoca. Na noite anterior Aurora resolvera costurar um rasgo no uniforme do trabalho e espetou o dedo na agulha. Ficou com o dedo doendo tanto que levou mais de uma hora pra terminar a costura, passou um "antidesinflamatório" e foi dormir para acordar às cinco.
E quem disse que dormia? Ficou assistindo o Programa do Jô até tarde. Adorava ver aquelas entrevistas, que nem sempre eram tão legais. Mas ela gostava mesmo eram das frases de vestibular. O problema é que já estava acostumada a dormir tarde e a acordar tarde.
- Acooordaaaaaa!
Cindy lembrou que Branca estava dormindo muito também. Com o laço vermelho. Branca ficou assim depois que comeu uma jaca. Não com o laço, com o sono. Cindy achou que havia alguma coisa com aquela jaca, pois uma velhinha corcunda que anda sozinha naquela rua longe, distribuindo jaca, não é um quadro que se vê todo dia. Ainda mais à noite.
Vai ver a velhinha estava andando havia horas, desde cedo, com aquela jaca, e a jaca estragou. A Branca tinha que ser uma varada de fome? Comeu a jaca sozinha, passou mal, confundiu o remédio pra estômago com o sonífero, e passou a noite dormindo e soltando pum. Pra desespero de Cindy, que dividia o quarto com ela. Já não bastava a inhaca dos bichos da vizinha?
Falar nisso, o galo da vizinha entrou na casa, cantou alto e Adormecida finalmente acordou.
- Cindy! Pelo amor de Deus, por que tu não me acordaste mais cedo?
Cindy teve vontade de esganar a outra loura.
- Além de levantar cedo, fazer todo o trabalho, ainda tenho que cuidar da belezoca?... SAI DAÍ, GALO!
Cindy estava já com os nervos pra estourar.
Acho que vou parar por aqui se não vai sobrar pra mim, também.
- AAAAHHHHHHHHHHHHH! Pára com essa históriaaaa! Vai trabalhar, tu também, narradorzinho bizonho!
Glup! Eu não disse? Fui!