SOU Catia tenho 30 e poucos anos, uma maquiagem, e uma confusão.

Parei de pensar como mulher, diziam os meus 30 e poucos anos, nem sei por onde estão meus queridinhos, rimel, lapis, delineador, ou quem sabe aquele vermelho tentação do batom que sapatiei nas almas sebosas. Concerteza as rezas que enunciei, vezes adiantaram e vezes fizeram suas vítimas. Pois bem!

Nos meus 30 e poucos anos me bulinei ao natural, sem adições de condimentos, ou enchimentos, quisá liquidificadores, ou facas certeitas. Vivi ao natural, com seios pulantes, e matas quando davam. Mas como? como! Como? Saberia eu dizer como, mas não tive maridos, me sentira muito bem na verdade com meu fogão, minha tv, e meu trabalho sem muitas pretensões amorosas de alto valor mercadológico, vivia apenas na segurança do viver.

Eu sou uma mulher feia? Que horror! Não creio. Homens de verdade, gostam de mulheres de verdade, confesso até que gosto de comer um aperitivo por ai, dormir e dar beijinho no dia seguinte. Pronto. Sem mais delongas, acho que é assim que vou terminar minha carreira como mulher, conhecendo diversidades.

Até ontem lembrava-me de como os cantos dos inocentes deram-me boas recordações, hoje vivo dizendo, se tivesse de dar um conselho a um jovem, diria ame, outro mais, diria ame muito mais, ame, então quando não se puder mais, ame mais.

Outro dia lembrei que vi uma opção me perguntando porque não festejo mais minha beleza, porque não faço opções ousadas, ou porque não consigo me ver nos dias de chuva, fiquei com a imagem do festejo na cabeça e configurei algumas bonecas, uma infância, brincadeiras, pensei rápido e fui correndo brincar de boneca frente ao espelho novamente.

Ahh que sensação maravilhosa, sentia-me novamente como uma sinderela, uma fofíssima reprodução de enfeites e magia. Acho que até seria um novo marco na minha posteridade de pudor adolescente, assim nascia a inconsequente fragilidade da inoscencia do meu amor.

Continua.....