A LENDA DO ARCO-ÍRIS
Houve um dia, não sei quando, em que o céu e a terra encontraram-se no horizonte e o planeta transformou-se em uma imensa planíce. Foi o sonho de Babel, onde todos falavam a mesma língua e, inexplicavelmente, as distâncias não eram sentidas. Ao cântico dos povos reunidos somaram-se legiões de criaturas celestes a entoar hinos diante daquele alvorecer mágico, e não houve um canto sequer onde o riso não estivesse. Aconteceu uma grande quermesse na qual os povos permitiram exercer sua essência divina.
Quando a tarde caiu, a grande planíce cobriu-se de uma chuva fina, destas que convidam ao sosno, e felizes todos adormeceram, enquanto a terra, espiando a lua através da névoa, assumiu sua forma original.
No dia seguinte e desde aquela data distante, ficou na alma do ser humano uma vontade maior que qualquer outro desejo existente, que é o sonho de viver em paz, e no céu restou a trilha com sete cores por onde os ajos desceram.
Música de Águas /Ed. Tchê