Ao fechar os olhos

Não tinha muita certeza do dia em que tinha nascido e dizia que tinham lhe falado quando, criança, que tinha seis anos e pelas suas contas teria uns trinta e cinco, bem assim era Madalena, apesar de ser uma dona de casa muito dedicada, isso pois cuidava muito bem do marido e filhos não deixava nada de extraordinário acontecer com sua família, sempre ali fixa aos deveres de dona de casa nunca mudava a rotina e isso era bom já que seu marido gostava dessa maneira, como ela cuidava de tudo, não atrasava o horário das refeições os filhos ião impecáveis para a escola e o marido todos os dias tinha roupas limpas para o trabalho. Achava besteira quando assistia televisão e via mulheres atuando nos mais diversos ramos de profissões, gostava mesmo era da vida tradicional qual estava habituada e adorava escutar seu marido cantarolando em vez em quando "Amélia que era mulher de verdade" achava que aquele cantar todo era uma homenagem a ela.

Bem nos finais de semana seu programa favorito era ir à missa, ia de tarde de noite e pela manhã aos domingos acretitava que a religião era a salvação para tudo que havia de errado e conservadora que era, fiel às designações divínas não gostava do que contrário ao que era pregado na fala dos padres, quando voltava para casa e se deparava com um casal de pessoas do mesmo sexo começava a rezar alguns pai nosso e dezenas de ave maria, dizia para todos ouvirem que aquelas pessoas nunca irião chegar ao céu, portanto que largassem daquela vida e que procurrassem orientacões religiosas. Nunca deixava se chatear pelas coisas que seu marido falava que apesar de cristão achava que dar dirnheiro todos os finais de semana, além de ser apertado para o orçamento da família tinha, ele, a ideia que não era necessário, já que havia muitos outros fieis que também doavam todos os finais de semana, mas Madalena na hora o fazia parar, pois sabia bem ela que aquele dinheiro era para ajudar nas obras divinas e pedia que seu marido se calasse e fosse rezar para ser absolvido de seus pecados.

Como era muito apegada as doutrinas religiosas e tinha certeza de que era pessoa com forte chances de alcançar a salvação queria que sua filha fosse também com ela às missas e sempre que podia assistia programas onde pessoas que eram fora da religião, como ela sempre se referia as pessoas que não frequentavam a igreja, passavam a participar, se entusiasmava com as histórias, principalmente quando havia vitória, raramente não comentava de um episódio, um relato de um ex-assassino, ladrão, que alcançara a purificação de sua alma quando se arrependeu de tudo que havia feito e era novamente um filho de Deus, esse depoimento a deixava muito alegre chegava até mesmo chorar ao falar da história.

A única coisa que incomodava Madalena era o fato de que era uma fumante em potencial, mas tinha ela seus valores e sabia que aquele pecado perante tudo que já havia feito era causa pequena, não gostava de ser adivertida e como fora várias vezes pelos médicos que sempre lhe falavam que todo aquele cigarro poderia lhe render um câncer no pulmão, no entanto não deixava que aquelas palavras a abalassem tinha plena convicção que tal mal nunca lhe pegaria por conta de tudo que já fizera perante Deus, portanto continuaria a fumar sem medo de morrer, mas com uma leve preocupação de estar cometendo um pecado que fosse manchar sua reputeção.

Isso se repetiu por anos até que um certo dia confirmou-se, depois de vários meses de tosse absurda e uma bateria de exames complexos estava Madalena com um bendito câncer no pulmão, desse dia em diante nunca mais deixou de ouvir de seu marido a seguinte frase: Todos nós te avisamos inclusive os médicos. Em contra partida saia de sua boca: deixe de ser tolo, Deus não abandona seus filhos mais queridos isso foi se repetindo por vários dias até que os médicos não deram a ela mais nenhum mês de vida e ainda disseram a ela enquanto consciente que se acreditasse em Deus poderia ela ainda ter alguma chance de ser salva. Aquelas palavras bateram como um martelo em seus ouvidos como poderiam duvidar da promessa divina, como ousam me desafiar e meu Deus! Madalena ficou irritada por dois dias e já fraca não pronunciava mais nada até que no final do segundo dia quando seu marido ainda inconformado sussurrou em seu ouvido que se ela tivesse escutado a todos tudo poderia ser diferente.

Muito confiante, e com pouca força ela disse que não iria morrer ainda, e que se fosse seria pela vontade de Deus e que nenhum ser humano poderia se opôr contra a vontade divina. Então fechou os olhos.

di gonçalves
Enviado por di gonçalves em 13/06/2011
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