AMORES E INFÂNCIA

Todos os dias eram especiais, brincavam, corriam e faziam comida em fogões improvizados nos pátios ou, ainda, balançavam-se nos galhos das goiabeiras quais pêndulos vivos marcando o tempo, apenas desfrutando o prazer de serem crianças por toda aquela vida.

Meninos e meninas iguais no riso e nas vontades.

Porém certa vez alguma coisa mudou, quando, sentados sobre o muro, ela perguntou-lhe se gostaria de ser seu namorado e ele, sem ousar fitá-la, respondeu afirmativamente, olhando um céu prenunciando chuva.

Depois disso, naquele resto de tarde, ficaram sorrindo e olhando-se através da janela, separados pela água que caía dos telhados. Nos dias seguintes tornaram-se prazerosos os favores comuns, do tipo segurar os livros e fazer dupla constante em todas as brincadeiras.

Eram mais que amigos e, ao chegarem as férias, chorou ao vê-la partir.

Parecia haver perdido tudo, nada mais existia...

Foi seu primeiro sofrer de amor.

Música de Águas/Ed. Tchê

Gerson Dias de Oliveira
Enviado por Gerson Dias de Oliveira em 12/06/2011
Código do texto: T3030646
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