APENAS UM DESABAFO
APENAS UM DESABAFO
Cuspir no prato em que eu como, seria de minha parte no mínimo uma indelicadeza ou uma injustiça com esta Nobre Instituição que me acolheu de braços abertos, quando fui vitimado de uma falência financeira de meu inesquecível pai.
Certa vez eu estava numa roda de colegas conversando sobre a vida militar, também como poderia um grupo de militares falar de outros assuntos. Eis que de repente volta-se para mim um deles e faz a seguinte pergunta: você gosta da vida militar? Que de pronto respondi que não. Tendo a minha resposta seca causada uma unânime discórdia do grupo, pois eles não admitiam que eu sendo um elemento padrão dentro da força, de uma disciplina e dedicação exemplar, de um trabalho brilhante, de uma responsabilidade fora do comum e de uma pontualidade jamais vista, simplesmente não gostasse da vida que levava.
Aí então, com muita diplomacia comecei a justificar o porquê da minha dedicação exclusiva esta nova mãe com letras maiúscula que é a Força Aérea Brasileira: primeiro por gratidão, por tudo que ela fez e vem fazendo por mim e meus familiares, por ter aberto suas portas para mim e dado chances para que eu pudesse galgar êxito na minha carreira, por ser este o trabalho que escolhi ou quem sabe Deus que a força do destino ou a obra do acaso me reservaram; segundo sempre tive a convicção que o trabalho realizado com boa vontade, sem reclamação e com amor é mais prazeroso e gratificante.
Companheiros eu quero que saibam, que amo a Força Aérea Brasileira com toda a força do meu coração, porque a considero uma instituição perfeita, mas o que eu não gosto e verdade tem que ser dita são de certos usurpadores do poder, que se aproveitam do cargo ou função que exercem, do seu posto ou graduação para si tornarem verdadeiros ditadores e donos da verdade, exímios aliciadores da mente humana através da força, prepotentes por natureza e arrogantes de berço, o pior é que muitas vezes tudo isso é para tentar esconder suas incompetências e ou seus defeitos de ordem moral.
Confesso meus amigos aos olhos da razão e luz da verdade, que é triste conviver e tolerar certas injustiças em que o praticante se diz ser à lei e ou o regulamento, com expressões deste tipo: aqui tem que ser do meu jeito; quem faz à lei sou eu; aqui quem manda é eu; quem não estiver gostando que peça para sair. São destas coisas, que me fizeram não gostar da vida militar, quanto a Instituição é maravilhosa.