A MENINA E O POMBO CORREIO

Todo alegre e cantante para seu primeiro dia de trabalho. Hermes, quer sua independência, agora que saiu das asas da mamãe.

Ana, menina encantadora. Se engraçou com um sujeito metido a poeta, o qual vivia lhe mandando poemas super elaborados. Um belo casal.

Hermes chega de mais um cansativo dia de serviço. Trabalho de mensageiro é dureza, mas para ele, muito recompensador.

A empresa onde trabalha, irá selecionar dentre todos os funcionários aquele que tiver a voz mais lhana e doce para uma entrega especial. Hermes sempre teve a voz como a de um pássaro canoro e acabou sendo escolhido. Ficou intrigado para saber o por que dessa seleção. Finalmente lhe é comunicado que haveria de fazer uma entrega um pouco anormal.

Preparando-se para dormir, Ana ouve um barulho estranho. Tenta se concentrar para descobrir o que era e de onde vinha esse som. Era em sua janela. Foi ate a sacada, não vira nada. O céu estava incrivelmente estrelado e a lua iluminava tudo a sua volta. Uma pundonorosa noite. Um pombo surge e se aproxima de Ana. Pousa suave e elegante diante dela. Com voz serene, cantarola uma linda poesia de amor. Termina, levanta vôo e some na luz da lua. O telefone toca. Seu amado. Agora sabia de que se tratou tudo aquilo. Ficara encantada e mais feliz que nunca. Com essa reação, seu amado passou a todas as noites mandar o mensageiro ir ate sua janela declamar algumas poesias.

Todas as noites passaram a ser assim. Ana já ate esperava pelo chamado do pombo. Ele chegava sempre triunfante e ia embora radiante.

Depois de duas semanas, sendo todas as noites presenteada com lindos poemas, o pombo começa a sentir uma afeição por ela que também o aprecia. Foi quando a mensagem a ser transmitida não era um poema apaixonado, mas sim, uma mensagem terminando o romance. Já sabia o pombo que aquela seria sua ultima visita a adorável, Ana. Como não queria deixar de vê-la, fez seu próprio poema.

Chega a noite, nosso pombo já espera na sacada a saída dela, que não demora a aparecer. Terminado de cantarolar o seu poema, que desta vez, acompanhou com seu violãozinho, ele fez uma coisa que nunca tinha antes: ficou ali, parado a observa-la. Começaram a conversar que nem viram o tempo passar. Tornaram-se grandes amigos em apenas uma noite.

Hermes chega em sua casa, cansado do dia de trabalho, mas feliz, muito feliz! Seu desejo agora era ter a confiança de Ana e poder contar-lhe a verdade sem a deixar triste.

Continuou a visitar-lhe todas as noites, declamando suas próprias poesias e passavam o resto da noite jogando conversa fora. Rindo e discutindo assuntos diversos. Ana já nem ligava para a poesia, mas sim de suas conversas depois dela. Depois de um tempo, Hermes lhe contou a verdade. Ela ficou pouco triste, mas já não o amava mais também.

O tempo foi passando e os dois se encontrando todas as noites. Ana foi se transformando... virando um pássaro. Com penas, asas e tudo; na sacada. Onde ela e Hermes levantaram vôo e desapareceram na escuridão da noite, pois hoje não havia lua.

Ana Júlia Marcato
Enviado por Ana Júlia Marcato em 06/06/2011
Reeditado em 06/06/2011
Código do texto: T3018813