Tapa na cara
Agitada, entrou no banheiro, trancou a porta, ficou na frente do espelho, observou seu rosto refletido por alguns segundos; de repente deu-se um tapa no rosto. Ai! Doeu!. É pra doer sua puta! Pra deixar essa cara de pau vermelha de tanto apanhar. Como pode ter gostado daquilo? Nem pode? Deu-se outro tapa. Coisa de duvidar, sua pervertida? Onde já se viu gostar de estupro? Eles foram bonzinhos. Outro tapa, desta vez na testa. Tira isso da cabeça sua desmiolenta! Um deles, caboclinho, lembrou o Nestor. Que te largou pela filha do patrão dele, desgraçada? Mas aquilo foi sem querer, foi a família dele que mandou, se meteu no meio. Meteu? Sei o que ele andou metendo em você atrás do muro, burra! Ele era bom pra mim. Acreditei. Ainda acredito nele, o Nestor; foi a família a irmã, a Leonor que nunca gostou de mim. E tu ainda acredita depois das humilhações e de todo esse tempo, infeliz? É boboca mesmo, merece outro tapa, pra largar de ser... Eles nem machucaram nem nada. Então gostou, piranha? Depois do medo, do susto... Carinhosos. Papinho rapidinho quando se foram. O caboclinho até beijou na boca. Tão, Nestor. Olh’aqui, se chorar vai apanhar de novo! Nada, já chorei tudo. Mas tu me saiu uma putinha, viu? Se ama e faz, é pecado? é putaria? Não! Como é? Olha que te dou outro tapa, sua cadelinha! Agora vai! Não tá ouvindo que tão te chamando? Tadinho do Nestorzinho. Tô indo meu filho!