Infância
Parece que foi ontem... Mas faz muito tempo... Acordar cedo e ir à escola e no rádio do carro de meu pai ouvir "Manhãs Brasileiras" de Edécio Lopes. Chegar no Educandário Ruy Barbosa e ter as aulas da "tia" Solange e tempos depois das Professoras Benigna e Benildes, esta última uma senhora de modos antigos e muito séria.
A sala de aula com carteiras, que tinham aspecto de antiquário, com lugar
para o tinteiro. Cantar o hino nacional, perfilados, a cada sexta-feira. No recreio brincávamos de tudo, principalmente futebol e, quase sempre, brigávamos. Admito: eu era encrenqueiro... Rs... Semanalmente minha mãe - D. Liones - era convidada a comparecer na Diretoria da Escola para ter com a Diretora, a temida D. Benildes (homônima da professora austera que tive) para falar sobre meu comportamento.
Em sala eu assistia as aulas e vez por outra tinha conversas paralelas e trocava figurinhas do álbum da Copa da Mundo. Sobre isto certa vez eu quase consigo adquirir uma figurinha difícil, o francês Platini, que iria trocar pelo húngaro Balint (até das figurinhas eu me lembro), mas a professora Benigna rasgou sem piedade.
Quando largava da escola ia para casa com minha mãe que trabalhava próxima à escola. E íamos tomar o ônibus na Pça. Marechal Deodoro, passando em frente à fábrica Café Afa, cuja torrefação causava enjoo.
Durante a tarde, após as tarefas escolares, brincava de na rua de barro. Futebol, garrafão, rouba-bandeira, etc, e depois chegar em casa
enlameado e feliz da vida. Uma infância rica em aventuras e histórias...
Uma época distante distante no tempo, mas próxima nas doces lembranças que o tempo, vez por outra, me traz...
(Danclads Lins de Andrade).