Aquário
Era limpido, e de logro quase que ideal, acertava os passos, mas não os ponteiros do relógio.
Flutuava com o gosto do vento a assoviar aos ouvidos, quase que correndo, quase que fazendo, quase que vivendo, sobrevivendo.
Entre os postos olhares loucos, nos quais não podia ver, mas por sina sabia que estava ali.
Seu carma rompido em outras épocas, destoava suas sensações, e deveras ressentia o que tinha que provar, e era justamente não provar nada a ninguém, nem nessa vida, nem nas proximas, e tampouco nas que viveu e não sabe. Nem acredita.
Vidro, desfoque pelo calor das águas, transparente , severo, e grosso, mas delicado e calmo.
Acostumou-se com a solidão, e não ressente, tornou-a necessária, e ela entre o balanço das água do aquário, refez o teu desenho, escreveu o caminho e foi, e sempre vai, e continua indo, a perder-se de vista, voz , pele e cheiro.
Deveras devoção desentendida, procuro-me entre tantas batidas transparentes no vidro, ontem dentro, hoje fora, peguei-me de susto, olhando o aquário já vazio, pois já nem meio cheio estava.
Pelas horas que passaram, e cessaram no tempo findo, eis-me em diabo olhando o aquário.