Lágrimas não!
Neguei...neguei convicta de que não cederia ao desejo de tocá-lo.
O dia passou sem que a presença dele tão perto mudasse minha rotina.
Não fiz nada de especial, a não ser pensar a cada minuto que ele estava ali perto...tão perto que eu podia senti-lo.
O telefone tocou...não atendi.
Mas não resisti a ouvir a voz dele na mensagem de voz do celular.
A voz dele. Ah! A voz dele.
Tão perto.
O telefone toca. É ele. Não hesitei.
Minutos depois o táxi atravessa a cidade.
Diferente a cidade, á noite, os sons, eu.
Nunca um caminho tão curto demorou tanto, tanto que relembrei tudo que falamos. As fantasias loucas, as brincadeiras sutis, as declarações veladas e uma paixão proibida, impossível, negada.
Não fugi. Bom sinal ou sinal vermelho. Não sei, mas estou aqui e meu coração pulsa, meu corpo se agita, minha boca pede o beijo, quer sentir o abraço e o olhar dele.
Continuo enganando a mim mesma...
-Nada demais, só um encontro com um amigo que admiro muito. Conversamos e vou embora.
Mas não foi assim...o táxi se aproxima do último sinal vermelho de onde já avisto “a torre”.
O táxi para, agradeço, dou gorjeta, passos firmes, apressados e um longo abraço apertado...
Paixão secreta, aturdida, lábios, mãos e pés, olhares, sensações, confissões...fuga!
E a falta...Lágrimas sim!