O POVO PORTUGUES

No nosso País Continental,destelhado e agonizante, olvido, perspicaz outrora é falso e é perverso e corrupto, como um imberbe e soturno, perplexo Povo Português. De norte a sul do País,existe como diz o autor. O Mundo como outrora é falso e é perverso, existe miséra lá fora, dentro do próprio universo.

Existem tantos trabalhadores neste País, uns colocados como umas pedras na estrada, outros sem emprego, como uns navios navegantes.

Na cidade de Lamego, como uma província atapetada de alcatifas de verdura, o Frederico, uns operários de construção civil trabalhavam todas as horas e só recebiam metade do seu ordenado, como o dia recebia a chuva inteligente, o Frederico protestou juntamente contra o seu Patrão que estava a explorar, como o Vento emerge na Solidão e então ele travou uma luta progressista, uma luta revolucionária, como Álvaro Cunhal lutou na clandestinidade.

----- Senhor Inácio, Vossa Exa Exmo Senhor,tu não estás a proceder bem comigo, estás-me a perceber? Porque eu estou a trabalhar para o Senhor como um pássaro trabalha para as suas crias.

------- Frederico, como te posso pagar, se tu não rendes o suficiente.

-------- Senhor Inácio, não é bem assim, o senhor sabe muito bem que trabalho oito horas e mereço o meu ordenado por inteiro, como um pescador merece os seus peixes, eu rendo as oito horas, ou me paga ou ...

------ Tenha calma Frederico, por uma dinheiria não se vá embora.

-------- Então pague-me!

E o Federico muito pensativo, cismático, apático, tomou uma decisão, como um livro aberto sisudo.

Nesse dia estava uma tremenda chuva torrencial, como uma trovoada perigosa.

Como o Frederico não podia esperar com calma as ordens do seu Patrão, revoltou-se e ele foi despedido.

------ Então demora-se a pagar, Patrão?

------- O que queres de mim, Federico?!

------- Dinheiro que me deve.

Então o Patrão muito impávido decidiu zangar-se com o Federico, como uma mãe se zanga com o seu filho.

Mas a tarde estava a ficar fria, que os trabalhadores, alguns foram-se embora para casa. Logo a seguir outros todos depois primeiro quando começam a ficar com frio, foram só dois, depois dez e a seguir vinte, quando estava mais calor, como uma lareira acesa e ...

Mas numa tarde seguinte, a noite ficou sem ...

E o Federico afiliou-se no Partido Socialista, pela defesa dos trabalhadores, na luta contra o Patronato, como o Mário Soares está ligado á Direita.

O Frederico lá ia lutando justamente pelo melhor salário, era a sua luta, a luta revolucionária.

E o seu Patrão pertencia ao MIRN como o Sá Carneiro pertencia a AD.

Ele lutava como Carlos Costa na clandestinidade, como Fernando Lopes Graça lutava com a sua Música contra o Fascismo.

O Frederico vai preparar o Futuro como uma ave prepara o seu ninho.

O Senhor Inácio explora os empregados, como o Ditador de Salazar e Caetano explorava o povo Português.

Nesse mesmo instante o seu patrão despediu-o, porque Federico pertencia ao Partido Socialista, com uma destreza incomensurável.

Federico muito excitado, revoltou-se contra o seu patrão com razão e lutou corpo a corpo, como dois galos lutam ferozmente. Mas foi o seu Patrão que acabou por ganhar como um jogador com os seus golos fez ganhar o seu team, até a ver.

Frederico muito perplexo e confuso, mas monocórdico, como foi despedido, deixou o Patrão de vez com uma bofetada na cara- rosto, como o diabo -capeta, bofeteia nas pessoas más.

-------- Trás, trás, trás, trás...

( Na cara- rosto do Patrão, como o Patrão na cara-rosto do empregado).

E o Patrão muito nervoso chamou-lhe de quantos nomes havia, de doido, maluco, filho de... filho da p... e cornudo etecetra.

------ És doido, maluco, filho da... filho da p...cornudo e et...

No dia seguinte, como sabem, Frederico foi perseguido pela elação da Policia até que teve que... como um preso foge da cadeia da Prisão.

Mas nesse dia, Frederico pensou entregar-se, pensou em fugir, pensou em matar-se, pensou em disfarçar-se de importante mas...

----- Senhor Inácio, desejou desejando no desejo desejosa-mente prende-lo, mas quando Inácio desejou, já Frederico se pisgou loucamente, maquinalmente e então ouviu-se uns tiros dumas metralhadoras, pum pum pum como um arranque duma motorizada.

------ Esse bandido, tratante, que nunca fez nada. Disse o Patrão para os policias, vejam lá se o apanham.

------ Esse mal trapilho, esse bandido, tratante, que nunca fez nada.

E insistentemente torna a dizer.

------- Esse tratante, bandido, que nunca fez nada.

------ Apanha-o, se faz o favor diz o Patrão para o Policia, como um garoto (moleque) para uma criança apanhar um pássaro.

E o policia respondeu-lhe:

------- Esteja descansado!

------- Ah?!...

Mas Inácio agradeceu á policia, porque a policia sempre conseguiu apanhar o Frederico, como um caçador consegue apanhar o pássaro.

-------- Obrigado, muito obrigado!

-------- Não tem de quê, nós estamos ás suas ordens.

------- Desculpe!

------- De nada!

E então o Policia apanhou o Frederico, como um rio apanham os viventes.

Frederico foi preso para a Prisão e esteve como preso político 16 anos de cadeia, como um pássaro preso durante toda a vida numa gaiola.

-------- Não me prenda Senhor policia.

------- Está preso em nome da lei ---- Você foi contra a lei. --- transgrediu a lei --- Portanto você está preso.

E Federico foi mesmo preso, não tinha salvação nenhuma, como um barco que se afundou no mar, como um lutador combatente que morreu em África e que tentou também, mas não tinha salvação.

Ele que era uma boa pessoa, que nunca fez mal a ninguém, se sacrificou a vida para os interesses dum País Novo e foi preso...!

II

Na cidade invicta do Porto, como um amor perfeito, em todas as veias da cidade como esteiros e artérias afluentes. O Duarte operário agricula trabalhava na propriedade Martinho(fazenda) aqui é herdade ou quinta, há 20 anos e continuava a ganhar o mesmo como dantes, como uma casa velha e antiga que está nas mesmas condições.

O Duarte protestava logicamente com o era óbvio, que estava a explorar, como o mar nervoso protestava contra a maré e então ele fez uma luta revolucionária, uma luta contestatária como Francisco Miguel Duarte lutava pela liberdade.

----- Exmo Senhor Alfredo exijo que me dê mais dinheiro (grana) (ordenado), ouviu?, como um filho exige que o pai seja bom marido para a sua mãe, está a compreender? (entender) Porque eu estou a trabalhar para o senhor como uma galinha trabalha para os seus pintos.

------ Duarte como te posso dar aquilo que tu queres, se tu não rendes metade?

------- Isso é mentira!

------- É mentira?

------- Mas Patrão não me podes dar aquilo que é meu. -- Disse o Duarte que era mentira.

------- É mentira de quê, Duarte?

------ O que o senhor está para ai a dizer?

------- O quê?

------- Que eu só rendo metade, sabendo muito bem que eu rendo.

------- Está bem,Duarte!

Alfredo então despediu do emprego, como um filho se despede dos pais para ir combater na Guerra colonial para a guerra, mas Duarte logo que foi despedido, aderiu ao Partido Comunista Português, que é secretário Geral Álvaro Cunhal como o leitor adere á cultura Portuguesa.

Então Alfredo se arrependeu de despedir o seu empregado, se arrependeu de explorá-lo, se arrependeu de ser injusto para com ele, como um filho se arrepende de ofender o seu próprio pai. Mas Alfredo falou falada-mente falando para consigo próprio de arrependimento.

Mas nesse mesmo instante ouviu-se os sinos a tocar em Dlim telão, que um colega do Duarte morreu como um pássaro que pereceu no seu ninho.

O Alfredo cismático, pensativo, foi procurar o Duarte, para ele novamente ser empregado, mas ele não quis. ---- Não quero, não quero!

------- Não quero, não quero! --- disse ele.

E o antigo Patrão ofereceu-lhe emprego com um aumento de ordenado e ele...

-------- Não quero, não quero, muito obrigado, mas não quero.

E o Patrão insistiu com ele, até lhe propôs para que ele também pertence-se á Sociedade, mas ele não quis, como um filho não quis mais viver na casa dos pais.

---------- Não quero, não quero.

Então o Patrão acabou por desistir com pena de o perder, novamente.

Mas o Duarte, pensou, pensando, pensativamente que pensa que o Patrão, ele agora fosse sócio dele, mas sim outra vez explorá-lo, como um trabalhador explora a terra. Mas o Alfredo queria o Duarte como um escravo outra vez, o Alfredo como um explorador queria outra vez.

------- Duarte, então não queres ser meu empregado, continuas no desemprego, como um rio desempregado.

--------- Senhor Alfredo, não preciso dos seus conselhos nem das suas preocupações, não foi o senhor que me despediu?, como , um escravo se despede do senhor feudal, como um operário se despede do capitalista, então para que eu quero a sua ajuda, eu não preciso dos seus conselhos para nada, muito obrigado.

--------- Senhor Duarte!

--------- O que senhor Alfredo? O que é que tens haver comigo, não me despediu, agora arranje outro.

------- Senhor Duarte, não é bem assim,eu nunca explorei ninguém, nem explorei qualquer que fosse, não nenhum trabalhador etc, se você vosmecê você mente voz mente, vós me disser que eu nunca explorei ninguém, que é verdade, por isso quando você ouvir o tic tac , já sabe que é o relógio da vida mesmo, de você dizer que eu explorei, por isso mesmo é mentira ---É mentira sim senhor, não é verdade e você sabe muito bem ,que é mentira, porque eu nunca explorei.

E o Alfredo, estava cada vez mais a mentir do que a dizer a verdade.

--------- É mentira, Duarte, eu nunca te explorei.

E o Alfredo , na mesma.

É mentira!

Mas como o Duarte não se convencia das mentiras do seu Patrão, porque ele sabe que o explorava portanto, o Duarte estava pouco convencido, convencidamente convencido, que o Alfredo é um mentiroso, como a chuva mentirosa e obstinada que caia no chão.

Mas o Duarte até o chamou o Alfredo, de Fascista, vigarista e capitalista, porque o Alfredo mentiu, como Patrão de pedra, como um mentiroso agonizado menino que é um menino d'ouro, como uma montanha de alcatifas de neve, como um livro de pedra com folhas e páginas de ouro e em forma de novela de metal, quando o Alfredo viu chorar o mar, viu enluvar-se o dia, cantar as flores um Hino de Felicidade e os peixes a dançarem com música clássica de Beethoven.

Mas o Duarte teve uma conversa muito séria com o Alfredo, quando por clareza ele disse uma só vez, lhe disse e lhe diz a razão e a vós e a voz e a inteligência e a concretização disse o Duarte ao Alfredo~.

------- Duarte----- respondeu o Alfredo ----- o emprego como uma flor é doce, o desemprego é amargo e fel a felicidade vem do amor, pois o Futuro é o lírio, tem mel no aroma e no lírio cheira bem sabe a mel, o pêssego é doce,de geleia etc é um conselho que te dou.

------- Alfredo sem dúvida que nunca me exploraste, és um bom Patrão, mas desculpa-me lá, como me tu despediste, eu não quero mais ser teu empregado está bem? Pois tu desviastes o meu ordenado justo, tu desviastes.

Nesse mesmo lugar ouviu-se o Rio DOURO contente a falar com os peixes, muito mansinho, quando começou o diálogo do Duarte com o Patrão.

E o mar já ia alto, que até a cidade se encharcava toda de água, quando o Duarte conversava com o Patrão. Mas a cidade do Porto cheia de defeitos e de imperfeições e o governo na mesma, o governo da AD enfim isto quer dizer que está esburacada e o governo continua a enganar o Povo portuense.

Como é que o Duarte não há-de estar descontente, ele no desemprego, o governo a mentir, a cidade na miséria, ele alvoraçado a quem lhe desobedecia, na fé todo aborrecido assim berrava, aos incrédulos. Dai aos incrédulos e não a ele, que crê naquilo que não fizestes.

---------- Alfredo, tu és um Fascista!

---------- Duarte tu és um comunista!

Fogem as antigas doutrinas dominadas doutrinas severas, recusadas de Governos, de ditadores de Senhores.

E o Alfredo tratou mal o Duarte e a personalidade, e o respeito e a razão. Do Duarte também se defendeu muito bem do ensejo no porvir um pensar autêntico.

Casos que Duarte descontou o destino.

FERNANDO R. MARTINS

PSEUDÔNIMO DE LUIS COSTA

TÓLU

12/09/1980

TÓLU
Enviado por TÓLU em 24/05/2011
Reeditado em 05/06/2019
Código do texto: T2989555
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