Durante muitos anos um jovem e piedoso noviço viveu em um mosteiro estudando muito e praticando as lições que recebia de seus mestres. Seu grande sonho era ordenar-se e tornar-se um grande mestre também. Próximo do fim do seu noviciado, o abade-mor chamou-o e disse: “está na hora da vossa prova final. Se quiserdes vos tornar um mestre de verdade, tereis agora de deixar o mosteiro e só voltar quando tiverdes convertido um grande pecador.” O noviço deixou então o mosteiro e peregrinou por muitas cidades, perguntando a todos que encontrava no caminho, quem seria o maior pecador daquela terra, para que ele pudesse convertê-lo. Depois de muito pesquisar, chegou à conclusão que o maior pecador daquelas paragens era um famigerado ladrão e assassino chamado Alm, cujo esconderijo ficava nas montanhas próximas a um lugar chamado Vestra. Dirigiu-se para lá e se propôs a ensinar ao bandido o caminho do bem. Em princípio, o marginal achou divertido o discurso do noviço, mas logo começou a cansar-se dele. Chamando de lado o jovem disse-lhe: “ Tu és um idiota, rapaz. Quem te disse que eu quero mudar de vida? Que bem é esse do qual falas e quem é esse Deus que eu não conheço? Se eu fizesse um décimo do que me pedes para fazer, meus homens me cortariam a garganta, minhas mulheres me arrancariam os olhos, meus inimigos me tirariam as entranhas e as jogariam aos abutres. O que chamas de minha maldade é a minha força, e o que dizes serem os meus pecados, são a fonte do meu prazer. Se queres que eu te compreenda, ensina-me a tirar melhor proveito daquilo que eu já sei fazer muito bem.”
E o noviço viveu com o bandido durante dez anos. Nesse tempo, o marginal Alm tornou-se um líder popular. Todos os pobres e injustiçados de Vestra o procuravam e ele os acolhia. O seu acampamento virou uma grande comunidade e o bando que ele liderava um verdadeiro povo. Logo, uma revolução popular aconteceu, e o povo de Vestra fez de Alm o seu líder. Quando as forças populares tomaram o governo, ele foi coroado o novo rei do país.
O bandido tornou-se um grande estadista, aplicando todas as suas habilidades para melhorar a qualidade de vida da população. A fidelidade que havia entre os componentes do bando foi ensinada ao povo e tornou-se solidariedade; a lealdade que era exigida entre os ladrões, tornou-se regra de convivência entre os habitantes do reino e converteu-se em patriotismo; a igualdade que imperava entre os bandidos foi absorvida pela legislação do país, de modo que nunca se viu uma terra com leis mais justas do que o reino de Vestra. Aliás, o reino também mudou de nome, passando a chamar-se Zul.
Depois de dez anos, o noviço voltou para o mosteiro e o abade-mor cobrou-lhe o cumprimento da missão. “ Não o pude fazer, Monsenhor. O homem que era o maior pecador do país não quis ouvir minhas razões, nem se propôs a aceitar o nosso Deus. Talvez eu não seja digno de tornar-me um mestre. Deixa-me, no entanto, ficar mais um tempo entre vós e continuar aprendendo.”
“ Conta-me o que fizestes nesses anos todos junto a esse bandido”, pediu o abade-mor. Depois de ouvir o relato do noviço, o abade-mor olhou profundamente nos olhos dele e viu a luz que ali brilhava. Então, tomado de profunda emoção, disse: “ Amanhã tomareis o meu lugar no comando deste mosteiro e todos os que aqui vivemos nos tornaremos vossos devotados discípulos.”
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A PNL nos ensina que uma boa sabedoria é aquela que nos leva a contabilizar resultados e não vitórias e fracassos. Pode parecer que estamos falando aqui de uma mera questão lingüística, mas essa não é a verdade. Coisas diferentes acontecem na nossa mente quando nos convencemos que determinada experiência foi um fracasso e quando acreditamos que o que obtivemos foi apenas um resultado insuficiente. No primeiro caso criamos um padrão de limitação que nos desestimula para novas tentativas e no segundo a nossa mente fica livre para buscar alternativas de realização daquela experiência com sucesso. Alcançar resultado diferente daquele que se buscava não é fracassar. Ás vezes, o que falta é um detalhe que pode ser suprido na próxima tentativa. Mas se a experiência for contabilizada como fracasso, a tendência é abandonar a estratégia inteira para tentar outra totalmente nova.
Em tudo que se faz há um custo envolvido. Estratégias, planos, projetos, são produtos mentais. Eles também têm um custo de elaboração. E da mesma forma que os produtos materiais, eles podem ser reciclados, reelaborados, redimensionados, revistos. Isso é o que chama reengenharia. Estratégia é pensamento materializado. E pensamento é construído com linguagem neurológica. São imagens, sons e cinestesias traduzidas em signos lingüísticos, colocados numa certa ordem, dando sentido, significado e valor ao produto da mente.
As palavras têm poder e mais ainda o significado que damos a elas. A vida não é um campeonato feito de partidas mata/mata onde um único resultado nos leva à eliminação. Ela é, na verdade, um torneio que começa com o nosso primeiro suspiro e termina com o último. E nesse torneio não se contabilizam pontos perdidos ou ganhos, mas sim resultados bons ou ruins que não podem ser valorados por qualquer tipo de medida. Nesse campeonato a taça é dada a quem consegue atingir os resultados que ele próprio elege como necessários à sua felicidade e não os que são postos por conta do regulamento social. Daí que cada um é quem valora o próprio resultado. Por isso a PNL têm como um dos seus pressupostos fundamentais a idéia que não existem erros, apenas resultados. E estes são bons ou ruins segundo a própria ótica que quem joga.