HISTÓRIAS DE AUDITORIA – O PÔSTER
Jovem, considerada bem-apessoada, solteira, educada, em uma cidade que não conhecia bem, a Auditora, em seus primeiros meses de atividade nessa função, entra em um estabelecimento comercial...
Cordialmente se apresenta, é assim recebida, emite uma notificação concedendo prazo ao proprietário para apresentação dos documentos ali relacionados, e se despede.
Decorrido o tempo determinado, a Auditora retorna para verificar os documentos solicitados.
Inesperadamente, o proprietário fala que após a saída dela, no dia da notificação, ficou a pensar de onde ela lhe parecia tão familiar, e disse:
- Não é que eu conhecesse a senhora antes, mas lembrei que é muito parecida com aquela moça ali. E apontou para a sua frente à direita.
A Auditora virou-se para o lado indicado e, para sua grande surpresa, havia um pôster gigante de uma mulher nua, na parede.
Ufa! Essa não era esperada, mesmo.
Entretanto, apesar da jovialidade, não era uma profissional inexperiente e já fora responsável por setor jurídico de empresa onde trabalhou alguns anos, em contato com inúmeras pessoas, todas muito diversas. Capacidade e agilidade de raciocínio não lhe faltavam.
Respirou, parou em frente ao pôster por um curto tempo e, com presença de espírito, competência para lidar com situações inusitadas e muita seriedade, respondeu, olhando diretamente para o empresário:
- Essa moça? Sinceramente, não me considero parecida com ela. Que seios horrorosos ela tem! O Senhor pode me apresentar agora os documentos que solicitei?
Totalmente desconcertado e nervoso, as mãos do homem tremiam e o rosto ficara extremamente sério ao apresentar todos os papéis da empresa que constavam da solicitação fiscal.
A Auditora fez o seu trabalho sem qualquer interrupção, agradeceu formalmente e foi embora.
Nas poucas oportunidades que ela viu o senhor nas ruas da cidade, ele não demonstrou qualquer intuito de aproximação. Deve ter aprendido a lição.
Dalva da Trindade S. Oliveira
(Dalva Trindade)
04 de abril de 2011 16h30m