VIDA, MINHA VIDA

"Vida, minha vida/Olha o que é que eu fiz", na mesa do bar uma caneca de chop.

Estava sentado ao canto , na escuridão. É como dizia a música: "olha o que é que eu fiz".

Sei que muitos de vocês, amigos leitores, podem não querer ouvir meus desabafos da vida, mas é isto que me torna o homem que sou.

"Deixei a fatia/Mais doce da vida/Na mesa dos homens".

E como havia deixado!

Um gole.

Luz acesa de madrugada. Som alto na parede do seu quarto em plena madrugada, na véspera da infiel segunda-feira. Calçados espalhados no chão, trabalho acumulado que leva para casa.

"Não filha, hoje papai não pode".

Dois goles.

Chega no trabalho, reclamações do chefe, "eu já te disse como se faz este trabalho!"

Gozações de colegas, fila no refeitório da empresa.

E tem mais, tem a fila de banco, a fila da padaria, a fila da loja, é fila que não acaba mais.

Trânsito. Três goles.

Chega! Estresse ao extremo.

"Eu já lhe disse que não pode descontar seus problemas da rua em casa!"

Garçom, outro por favor.

Vícios.

Como o ser humano tem vícios.

Álcool, drogas, jogatina. "Quantas vezes preciso lhe falar que este dinheiro é para a faculdade da sua filha, não para seus jogos".

Quanto problema. Quanto dilema. Muitas vezes já tinha pensado em suícidio...

"Não querido, as coisas ainda podem melhorar".

"Vida, minha vida/Olha o que é que eu fiz/Toquei na ferida".

Não terá solução, será assim e acabou.

Uma grande golada!

"Sua filha pode te visitara os finais de semana"

O chop acabou.

Eu disse, amigo leitor, que desabafos são pesados. Mas repito, é isso que me faz o homem que sou.

"Luz,quero luz/Sei que além das cortinas/São palcos azuis"

Ah! Como também a vida ainda pode ser boa depois de tudo.

A caridade, como faz bem.

O amor, como fortalece.

Hum! Como é bom chegar em uma loja e "qual destas o senhor irá levar?" "As duas por favor".

Fortuna.

Um sorriso e umombro amigo.

Ah! Lembro-me do dia em que passei as férias na fazenda do avô de meu amigo. Como foi bom aquele tempo!

Comidas.

Sexo.

Isso sim é vida decente: sexo, sem drogas e rock'n roll.

É, apesar de tudo, a vida é mesmo "palcos azuis além das cortinas" e que são pretas, completo.

Ha, viajar!

Como pude esquecer isso.

Nada melhor do que emtrar em contato com outras culturas.

Que paisagens tinha a Europa naquele final de ano!

Quanta coisa boa a vida tem.

É como dizem os mais experientes: "as grandes coisas da vida estão nos pequenos atos"

Pago a conta. Pela primeira vez não reclamo do preço.

Hum, comissão de garçom, outra coisa que me irrita.

Porém, naquele dia ela não me irritou.

Por que percebi que apesar dos males da vida, "Mas,vida, ali/Eu sei que fui feliz".

A música encerra.

Saio do bar e vou direto paracasa.

Ah amigo leitor! Como é bom desabafar com alguém.

Pode-se dizer que me sinto outra pessoa agora.

"Mazel tov" para todos

ESTE TEXTO É DE AUTORIA DE MARCO AURÉLIO SOUZA MENDES - MEU FILHO.

Mendes Neto
Enviado por Mendes Neto em 02/04/2011
Código do texto: T2886034
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