PARAÍSO AOS MEUS OLHOS
A pequena gaivota batia as asas brancas no ar num ritmo perfeito.
Seu corpo fazia movimentos graciosos no espaço.
O céu estava incrivelmente azul, misturando-se com o azul do mar em calmaria.
A gaivota parecia sentir-se como o único ser existente no mundo. Às vezes deixava-se levar pelo vento suave de um lado para o outro, descansando as asas.
O único som ouvido era produzido pelas pequenas ondas quebrando na praia de fina areia branca.
O pequeno ser alado continuava suas piruetas no ar, alheio a tudo. Certamente, do alto podia admirar a beleza lá embaixo: o mar calmo, a areia branca, os coqueiros balançando as folhas ao vento, as árvores de verde brilhante acompanhadas da baixa vegetação completando o cenário tranquilizador.
Do alto de uma colina eu observava maravilhada e silenciosa aquele quadro belíssimo, semelhante aos quadros mais lindos descritos nos contos infantis.
Tive ligeira impressão de estar realmente sonhando, pois me parecia impossível existir tanta beleza e tranquilidade num mundo cheio de agitação.
Nunca havia pensado poder algum dia encontrar aqui o paraíso. No entanto, ali estava, diante dos meus olhos perplexos.
Fiquei parada a meditar sobre o que presenciava naquele instante.
Meus olhos acostumados às impurezas de cenas grotescas da cidade grande, quase não acreditavam em tanta beleza, em tanta paz.
Aquele pássaro demonstrava a serenidade de quem vive alheio a tudo o que se passa constantemente pelo mundo.
Se pudesse ficaria ali para sempre, admirando tudo aquilo que parecia não existir.
Se pudesse não sairia dali nunca mais, para não despertar daquele sonho lindo, para não voltar à verdadeira realidade da vida.
Se pudesse... eu levaria para aquele lugar, o resto do mundo perdido lá fora!