BORBOLETAS AMARELAS
Uma nuvem amarela era vista à longa distância. Diminuindo cada vez mais a distância, aumentava de tamanho e intensificava o amarelo que já podia ser identificado como amarelo ouro. Mas continuava sendo apenas uma enorme nuvem no espaço.
Aproximava-se cada vez mais e, da varanda, a pequena Marza olhava para o céu muito curiosa e admirada.
A nuvem amarela desapareceu atrás de um morro coberto de vegetação, para logo depois reaparecer em contraste simbólico com o verde.
Nos poucos minutos que não pôde vê-la, Marza, a menina moreninha de cabelos negros aveludados e de olhos amendoados, demonstrou decepção, mas logo voltou a ver aquela nuvem amarela tão diferente no céu e sorriu satisfeita. Sentia-se fascinada e muito curiosa para saber do que se tratava.
Aos poucos a nuvem compacta ia transformando-se em pontinhos no céu, mostrando movimentos próprios.
Uma forte rajada de vento separou aqueles pontinhos amarelos, mas apenas por alguns segundos, pois como que ligados por fio invisível tornaram a se juntar.
Agora o contraste era com o azul do céu límpido.
A nuvem amarela vinha em direção ao jardim da casa de Marza, que estava perplexa. O que será aquilo? - Pensava a menina.
No jardim de Marza reuniam flores de várias qualidades, coloridas e perfumadas, que seriam capazes de atraír até o mais insensível de todos os seres. Era, sem dúvida, um jardim que deixaria deslumbrados os melhores jardineiros dos palácios de contos de fadas.
Agora a nuvem voltou a se separar em pequenos pontos e esses pontos já começavam a se transformar em figuras reais. Já se podia distinguir as mais belas borboletas amarelas. Um espetáculo maravilhoso aos olhos extasiados da pequena Marza.
Finalmente chegaram ao seu destino. Cada uma pousou suavemente na flor que mais lhe agradou, descansando as delicadas asinhas.
A julgar pela naturalidade e segurança que demonstravam, pareciam as donas do mundo.
Podia-se perceber a imensa felicidade, a paz de espírito e a alegria que pairavam no ar, emanadas pela tranquilidade e beleza de tão pequeninas e puras criaturas amarelas.
Marza sorriu feliz, considerando-as suas, já que estavam em seu jardim.