Pequena Trilogia III – Desfecho, un chasque e fim.
Há muito a flor vivia de recuerdos. Mesmo tendo o seu poeta junto dela em seu coração, hacia tiempos que não sentia o calor dele em seus braços. E enquanto vivia a invernia, mal sabia que já era chegado o fim de seu agosto.
Chegou mansa outra alma, falando baixo com a flor, dando-lhe o carinho que ela precisava. E na outra alma, a flor viu não uma gêmea, mais um bálsamo para suas dores, uma réstia luminosa adentrando o corredor sem fim do desespero. Transferiu a outrem o carinho, as expectativas e talvez o amor.
Mas não se engane o poeta, a flor ainda pensa nele. Não como outrora, por entre beijos, numa paixão afetuosa. A flor lembra com carinho do teu sorriso e dos teus olhos, das coplas andejas, marco eterno de tudo o que foram.
Fez-me um pedido a doce flor de alecrim: que mandasse um chasque a seu amor. Que o poeta seguisse o seu rumo, que encontrasse outra flor nos jardins do existir, por que o mundo é tão triste quanto triste o poeta esta. Que não a condene por tentar amar de novo, ao contrario, feliz estará ela se ele também encontrar um novo amor. Mas guarde como regalo um recuerdo, do seu olhar e do seu perfume, sem entraves e rancores, mas com o carinho e cuidado que sempre teve.
“Nada mais vai me ferir, é que já me acostumei
Com a estrada errada que eu segui e com a minha própria lei.
Tenho o que ficou, e tenho sorte até de mais
Como sei que tens também...” (Renato Russo)