O astro que o mundo não conheceu.

Um jogador de família humilde que residia numa cidade pacata no interior do Rio Grande do Sul. O nome dele era Gustavo no qual era conhecido como “Pé de Forma”!

Muito talentoso com a bola aos pés, já ovacionava as pessoas de todas as idades.

Lotava as arquibancadas da vila onde morava. Eis que chamou atenção de um time grande do estado de São Paulo. Um olheiro ficou admirado e encantado pela forma como o menino conduzia a bola aos pés, dribles desconcertantes em sequência e a sua velocidade exemplar. Era o talento que o mundo esperava, já lhe comparavam como o novo “Garrincha”.

O menino pega as suas coisas e se muda para se ajuntar ao elenco de base de um clube grande da capital de São Paulo. Conhece o grupo e começa a se relacionar com os parceiros de campo. Mas também começa a conhecer o outro lado, começa a se divertir em noitadas e conhecer as más companhias que nada tinham a ver com o esporte. Por ser de uma cidade “pequena”, o menino tinha pouca malícia e foi caindo no caminho pecaminoso e, junto, caindo seu rendimento dentro de campo. Não era mais o mesmo menino que conheciam. Começou, então, a faltar nos treinos, nas aulas do colégio do clube. Começou, então, a ser perder no caminho estreito e cruel da vida. Uma vítima da latrocidade.

Sumiu por uns dias e depois voltou do nada. O pessoal do clube começou a pagar um psicólogo, mas nada adiantou. Não melhorava, mas sim piorava.

Era tarde, o único jeito de sair das drogas é não se ajuntando a ela. Ele entrou, pobre mortal, caiu nas garras não do goleiro, mas do craque. Era para ele ser o craque precoce do time e do mundo, mas deixou-se que seu desequilíbro emocional e a falta de estrutura familiar atingisse sua mente pouco ética.”Foi uma Maria vai com as outras”!

Viu o seu sucesso passar como um relâmpago, as pessoas não mais acreditavam e nem ele. Eis que começa a cair no obscuro e começa a acontecer o provável: engravida uma moça. Sem dinheiro e pouco auxílio, começa a roubar. Entra na criminalidade. Como se fosse entrar em campo, veste a camisa. Faz vários furtos em troca de droga, começa a injetar químicas estranhas em seu corpo. Eis que começa a sentir a tal da adrenalina.

Suava sem correr em campo, tremia sem estar em uma final de campeonato. Começa a ver as pessoas fora de campo, não porque tomou um segundo cartão amarelo ou um cartão vermelho, mas sim porque o juiz da vida concedeu o seu juízo final. Esse caminho matava milhares em uma só seqüência. Ele faria parte da sequência sem solução.

Eis que um dia, em baixo do viaduto do chá, já magro, anêmico, pálido, injeta a droga em seu corpo. Mas uma dose não foi o suficiente para acalmar o viciado esquemático. Então, injeta novamente outra dose e começa a ter convulsão, começa a sentir surdidos e ver as imagens como um flash. Sua vida passou como flash. Numa batedeira, eis que começa a ter um ataque cárdio-respiratório e faleceu.

Faleceu, então, o astro relâmpago. A mais nova promessa que poucos conheceram. A vida ensinou para quem o conheceu essa história: Um jogador que tomou uma falta no meio de campo da vida e não se levantou mais. Uma rasteira que se tornou uma fatalidade.

O astro que o mundo não conheceu.

Renato F Marques
Enviado por Renato F Marques em 05/03/2011
Código do texto: T2829857
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.