A DESCOBERTA
Com dezoito anos conheci a paixão, ele era um homem bonito, de olhos verdes, os mais profundos que já conheci. Cabelos castanhos que enrolavam quando cresciam, vários brancos, um certo charme no auge de seus trinta anos.
Sua pele morena e seu sorriso franco iluminavam seu rosto perfeito. Um homem alto, imponente, corpo definido e sempre perfumado.
A descoberta da paixão fez aguçar outros sentidos que até então desconhecia.
O aroma da sua presença a intuir a sua chegada, na possibilidade eminente de vê-lo, acelerava minhas batidas cardíacas, arrepiava meu corpo e meu organismo parecia entrar em um delicioso colapso.
Eu não compreendia a voracidade desse sentimento, apenas vivia a sua intensidade.
O turbilhão de emoções novas que sentia ao seu lado compensava cada ausência sua.
A minha pele se incendiava com o seu toque, seu olhos verdes me invadindo com um abraço apertado, eu podia sentir a recíproca do seu desejo pressionando meu corpo.
O perfume do seu corpo viril impregnava meus sentidos, confundia meus pensamentos, bolinava minhas entranhas, era o ápice do meu prazer.
O calor do desejo era tão intenso, quase de dor, as pernas fraquejavam com a proximidade de seus lábios, sua boca macia e seu hálito doce e a mansidão do depois.
Naquele momento mágico, onde o tempo se dissipava, eu esquecia a tristeza de outrora.
Porém a desilusão não tardou a chegar, nem a decepção acompanhada dos desencontros, pude sentir seu gosto amargo em minha boca.
A dor era tão forte quanto a felicidade que um dia me arrebatou.
Com a mesma intensidade a paixão me fez rir e chorar, deixou cicatrizes em minha alma e a tristeza em meu olhar.