MORTINHA POR VELAR ...
Dispo a túnica de linho branco, sinto salpicos de mar matematicamente inoportunos. Divido-me em capítulos, reservo um para ti que conservo em câmara lenta. Gesto de quem alucina porque o normal já não me basta.
Numa linguagem própria de quem sabe que chega para além de um prazo razoavelmente traduzível, mergulho nas ondas imprevistas e num gesto de estátua que não sabe morrer, salvo a palavra que caiu no vácuo sem promessa. Mas já era tarde!
Velam-se os gritos que estão vivos porque respiram. Agora tenho todo o tempo do mundo para inventar vírgulas que sepulto na região demarcada do verbo amar. Há que ter em conta que tudo pode ser em vão. Assim sendo acendo um cigarro e incendeio a saudade.
Os distúrbios das letras intelectuais circundantes…
… Nem eu sei porque escrevo assim!