Vida Perdida.


Seus olhos pareciam tatuados em seu rosto. Eles não tinham vontade de piscar e nem havia brilho no seu olhar. Estavam fixos num horizonte imaginário. Ela não queria acreditar e nem se conformar com o que acabara de saber. A mulher tinha dois filhos, tratara deles com o maior carinho e seguia as boas regras de educação. O mais velho era um exemplo, desnecessário mencionar suas qualidades. O segundo filho era exatamente o avesso do outro. Melhor nem dizer todos os motivos, uns até absurdos. Só para citar dois, ele há muito havia abandonado os estudos. O outro motivo era pior, ficava sem aparecer em casa, por dias. No começo passava uma noite fora, mas agora seu filho ficava vários dias sem dar sinal de vida. Quando aparecia, ao ser perguntado pelo pai ou pela mãe, negava-se a responder. Parecia que o filho os ignorava ou talvez não ouvisse a voz deles. Mal tomava um banho, trocava de roupas e saía de novo. A mãe, desesperada, resolveu contratar um detetive para desvendar o caso. Foi quando um dia soube da letal verdade. Seu filho foi encontrado morto por overdose. Somente se lembrou das únicas palavras que ele às vezes dizia e ela não entendia, ou não queria entender:- Eu vou parar. Mãe! Eu vou parar.
Deyse Felix
Enviado por Deyse Felix em 25/02/2011
Reeditado em 23/01/2017
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