MORTINHA POR LEMBRAR ---

Palavras cerradas pela raiva

que adquiriu a fisionomia da pedra.

Mas eu, já lá não estava…

Acuso-me,

atiro-me para longe.

Congelo o desejo do retrocesso.

E o pensamento soletrado ali tão perto…

Espalho o meu destino pelo vento.

Uma a uma farripas de contradição

ditam o veredicto do perder fabricado

pela novidade incorrecta.

Era para lá que eu ia …

O que sobrou do reflexo inverso ao do espelho?

Vontades desfeitas do sentido oposto

do ponteiro que falhou.

Foi o que eu aprendi…

Desmemorias traduzidas das marcas dos passos

na terra batida.

Quem não lembrou que tudo em mim

era um pouco do que fingi?

E o belo tornou-se vulgar.

Não foi o que quis esquecer…

Paula de Eloy
Enviado por Paula de Eloy em 19/02/2011
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