A MELANCÓLICA VIDA DE ALINE (Conto)

Aline, jovem de 30 anos, tivera uma infância saudosa, apesar da criação rígida da mãe. Os pais levavam-na aos passeios raramente, e a rotina limitava-se ao colégio e a Igreja Católica, tornando-se um hábito enfadonho para a pequena Aline, pois as coleguinhas, levavam uma vida mais divertida, porém vigiada, e possuíam também, bicicleta, algo raro para as camadas pobres daquela época, sendo a primeira frustração na vida de Aline...

Chegada a adolescência, por volta dos 15 anos, ganha uma bicicleta da pai, e adquire certa liberdade, mas fica com o rosto cheio de acne, despertando asco aos outros adolescentes, principalmente aos meninos, que tentavam aproximar-se de Aline, moça de aparência simpática, porém com o rosto tomado por espinhas...

Vem a fase adulta, e Aline solta-se, principalmente nos namoros. A simpatia de adolescente esvai-se um pouco, e a pobre Aline, não possuía certa beleza de outrora, mas a fase e os hormônios despertam o desejo sexual nos garotos e num desses relacionamentos, engravida, tornando-se mãe solteira, pois o rapaz foge do compromisso, alegando não ser dele, a criança, por conta do comportamento vil de Aline.

Apesar de atingir os 25 anos, não conseguia encontrar emprego, e os namoros eram infelizes, pois a má-sorte impedia um amor verdadeiro e comprometido. A essa mesma época da vida, vindo de carro com uns amigos da praia, perde uma das pernas num acidente, passando a tomar remédios para depressão, tornando-se uma mulher mais infeliz ainda.

Aos 30 anos, Aline faz uma retrospectiva da própria vida e se autodenomina infeliz. Certo dia pela manhã, levanta-se calada e faz desjejum normalmente. Volta para o quarto, fecha a porta, trancando-se, e ingere todos os comprimidos antidepressivos mesclados a sulfato de andropina. Despede-se então do mundo...

Emadilson de Jesus
Enviado por Emadilson de Jesus em 08/02/2011
Reeditado em 12/09/2015
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