Tubiana
Entregou uma êgua mal costeada e mal começada vinda cambiada pra os campos do Joaquim.
Tubiana de branco e cinza, malina desde curnilhuda, que ainda potrinha por quebra, saia vendendo as garras cambiando a volta mais sotreta coiceando a os outros potros. Que depois de cinco domeiro não puderam com vida da tubiana que já tava servindo só pra cria.
Já malina de oito anos saia arrancando capim e torrão sem buçal por ver ginete no campo vinha pra cima sem pedir porta.
Um dia o moreno Juca ainda novo soube da potra tubiana numa castração pra o seu Joaquim e rosolveu pegar pra enfrenar a malina, prosearam por cima da cerca da mangueira pra fazer o serviço, mas era perto do aniversario do moreno.
Então o patrão Joaquim fez um regalo pra o moreno na seguinte condição que senão pudesse enfrenar a potra lhe dava outra, mas queria devolta ela pra cria da cabanha.
Levou a potra pelo final da tarde onde os lumens da luna mostrava mais um setembro, embuçalada na cincha de uma potra colorada buena.
Pela manhã quando atou no palanque da frente das casas pra costear a potra, sentava nas cordas por malina, manotaço pra o ar que por conta do moreno as cordas eram fortes, que com costeando com tempo ajeitando pra acalmar a potra que ia encilhando com jeito até esticar o lombo, sem apertar muito os bastos.
Deixou também pela tarde estendia atada na sombra de um capão, a noite soltou e no outro dia a malina ia ganhar ginete pensou mirando se espojar no potreiro estrelado.
Bem cedo depois da lida de galpão e uns camargo, pegou a potra com jeito encilhou, mas a muito custo novamente por ela ser malina, gritou noite antes com Don Inácio e o Tio Chico Felipe pra amadrinhar ele que a lida ia ser feia no primeiro galope.
Pela frente das casas chegaram os dois proseando ataram os pingos beirando o lado do galpão pela cerca da mangueira, tomaram um mate na pressa da lida, depois se fora pra mangueira.
O moreno Juca ajeitou bem as garras nos tentos apertou a faixa e atirou o chapéu pra cima, Don Inácio encostou bem o cavalo no lado do pescoço e segurou as cordas pra corta, o Chico Felipe veio por outro lado e passou a cola por entre a virilha da tubiana pra o moreno muntado na garrupa do cavalo do Chico poder montar.
O moreno saltou ligeiro pra o lombo arcado e atado, que a potra sentindo peso no lombo se atracou no palanque quase rebentando as cordas e pegando Don Inácio entre o palanque e ela mas mesmo assim o moreno se firmou e por sorte não pegou ninguém, o moreno se ajeitou e tenteou de um estribo ao outro e fez sinal pra soltar a potra.
Tio Chico Felipe soltou primeiro a cola passada na virilha, Don Inácio cortou as cordas livrando a zaina dos arreios, já na primeira pegada se levantou bem pra cima mostrando a barriga, que quando baixou batendo forte encontrou o moreno garreado.
O moreno deu quase cara volta perto do palanque, mas se firmou ligeiro e Don Inácio e tio Chico Felipe batendo estrivo com a potra mandando lombo.
Quando ia querer bolcar o mango pegava bem na volta do pescoço perto da cara que foram almas de campo brigando por o mesmo espaço entra polvadeira e o céu.
O moreno Juca agüentou os pulos na firmeza dos tentos das botas que se foram assim até 29° galope até que se entregou pra os bastos e o serviço.
O moreno foi enfrenando com tempo na sua ciência de campo mas potra que por respeito a um taura ginete, por ganha-lá na doma.
Só deixava o moreno montar se fosse outro saia vendendo as garras pra ver se o ginete era bueno. Que por respeito ficou bem domada e buena de rédea pra todo serviço de campo.