ANDANDO POR DENTRO DE MIM

Andando por dentro de mim,

Aplaudi as funções das minhas vísceras,

Como elas parecem-me propicias,

Para cumprirem as suas finalidades.

Fui visitando os ambientes em separados,

Observando suas peculiaridades,

E percebendo como há temeridades,

Entre os órgãos que perfazem o nosso ser,

É uma luta para não se comprometerem,

Interferindo nas funções tão correlatas,

Pois um erro causa danos em cascatas,

E comprometem todo o bom funcionamento,

Coordenado pelo chefe dos eventos,

Trata-se de um músculo denominado coração,

Que trabalha feito louco mais com noção,

Bombeando todo o sangue do organismo,

E evitando que se formem os abismos,

Nas contendas criadas por outros legionários,

Cada um tem seu papel de emissário,

Das proteínas por ele constituídas,

Todas elas por fim serão supridas,

Com as partículas do nobre oxigênio,

E este chega como fosse o grande premio,

Coroando toda a forma de mutação,

E assim nem um esforço será em vão,

E a redundância é o nosso funcionamento,

Não indica ausência de sofrimentos,

Que constatei em certos departamentos,

No intestino escutei a choradeira,

Que perecia um sepulcro atormentado,

Eram os bolos fecais para serem evacuados,

Justificando-se pela demora na partida,

Para ele ali termina a sua vida,

Logo em seguida que sejam eliminado,

Este fato me deixou aliviado,

Com a ignorância que carregam os humanos,

Aproveitei e expliquei ao bolo insano,

Que nasceria logo em seguida como adubo,

E ele me disse não acredito como pude,

Ter me feito ignorante neste naipe,

O acalmei dizendo que somos iguais,

Nesta descrença que nos conduz ao sofrimento,

E o convenci a ser expelido sem lamentos.