ARMADILHAS DE SATANÁS
Ao deitar-me tinha um outro entendimento,
Já nem lembro como fora minha investida,
Os desejos que trouxera para esta vida,
Enrustido nas manhãs menos afloradas,
Dos invernos inóspitos da longa estrada,
Que não davam quase que em lugar algum,
Nas quaresmas em que as vezes fiz jejum,
Garimpando alguma religiosidade,
Mas não tive o frescor das santidades,
Que norteiam os corações depois das trevas,
Sendo assim o experimento não se encerra,
E nas buscas encontrei vários caminhos,
O estranho é que sempre estou sozinho,
Nos momentos de aflições descomunais,
Como fossem armadilhas de satanás,
Para jogar-me num abismo sem fronteiras,
Desviando-me da luz da minha estrela,
Que situa-se no antro do ser divino,
Um clarão que persigo desde menino,
Só que as vezes tenho a falsa impressão,
Que ele foge do alcance das minhas mãos,
Para que, eu me sinta sem guarida,
São mistérios ainda sem saídas,
Para um ser imperfeito e não completo,
Só me resta acreditar ser um objeto,
Manobrado pelos ventos do meu Deus,
Neste caso os méritos não serão meus,
Se algum dia eu retornar a Divindade.