"- ter bondade é ter coragem.”
“- E afinal, qual era o propósito de tanta dor e sofrimento que vamos adquirindo ao longo desses desbotados e intermináveis passos tortos dos caminhos sem saídas ou escolhas da vida?”
E era essa a insaciável busca que predominava os seus dias. Por que afinal de contas, a gente nasce, cresce, sofre, e sofre um bocado, para finalmente terminarmos em pó. Para tudo virar poeira e ser levado ao sopro de uma brisa ao encontro do mar.
Então, não entendia. Não compreendia. E queria ultrapassar qualquer limite, qualquer barreira que a mantinha aprisionada a essa cela escura e fria que acalentava as suas malditas horas de vida.
Buscava em si uma maneira de manipula a verdade. A verdade inventada. Que nos fazem acreditar e repassar, e quem nos garantia que é a verdade absoluta? Ela não. Ela não aceitava e não seguia esse “padrãozinho” burguês e narcisista substância desse mundo capitalista que nos cerca.
Como foi dito uma vez por um grande compositor: “- ter bondade é ter coragem.” É isso. Ela queria ter coragem, e acredite, ela tinha. Ela ia, fazia, e se não acontecia, valia a tentativa. A tentativa de ser humana. De ser corajosa, num mundo onde a coragem virou sinônimo de vergonha, é, as pessoas têm medo de ter coragem hoje. Acham que vão ser fracas, que vão mostrar seu lado bom, como se isso fosse um pecado. Medo de mostrar que a humanidade ainda adquire esse “conceito” de ter ainda a beleza da alma pura e transparente de espírito. Culpa dos políticos cretinos e medíocres. Das putas sem pudor próprio, eu diria. Dos canalhas, dos assassinos, dos bandidos, da polícia corrupta, dos mendigos conformados e acomodados, dos que não falam, dos que não gritam, dos que dizem: tudo bem. Do nosso sistema filho da p* e mesquinho. Do nosso governo ladrão e covarde. Do nosso mundo que vendeu a alma bonita por um edifício de 20 andares onde lucra-se milhões ao ano que polui nossa vista e nossos pulmões. Graças a eles, graças a mim, graças a nossa geração anti-cultural que os maus vencem. Ganham sempre. Graças a nós. Parabéns pra gente. Parabéns pela nossa caretice e covardia.
“Vamos pedir piedade, Senhor piedade, pra essa gente careta e covarde (..) lhes dê grandeza e um pouco de coragem.”
(Cazuza)