Desalento
Acordou: assalto, violência e corrupção: “Desisto!”
Sentou-se à sombra de um Mogno, fechou os olhos e se fez meio tronco, meio terra.
Precisava disso: recomeçar como simples vegetal.
Preocupações, somente com o sol, a chuva e o vento, e, talvez, também com algum pássaro que resolvesse fazer ninho em seus galhos: “Vegetar é bom!”
Mas lembrou que ainda haveria o homem. Ficaria apreensivo com as queimadas, desmatamentos e o tráfico de madeira: “Ser árvore é perigoso!”
Inquietações, não desejava mais: “Quero ser pedra!”
Conseguiu: Morreu entulho!
ooOoo
(republicação)