O gato que queria ser gente - Para todos os amantes de gatos
Gato, 13 anos, nascido na Flórida, Estados Unidos. Fugiu de casa aos 04 anos, após uma discussão com seu pai que não aprovou o uso de uma roupinha que ele conseguiu em um rancho para gatos. Seu nome é Alfred, solteiro e viciado em leite desnatado. Alfred tem reivindicações notórias a fazer sobre seu lugar no mundo. Segundo ele, as pessoas desconhecem quase tudo sobre gatos e não gostam de seu jeito livre de ser, pois autonomia e liberdade incomodam.
Na verdade, Alfred afirma que não quer ser gente. Mas que, independente de sua situação felina, tem interesse em disseminar conhecimento, através de um diálogo aberto com a maioria dos homens. Suas principais reivindicações estão ligadas aos rótulos e mentiras que as pessoas que, segundo ele, são ignorantes, disseminam sobre todos os gatunos que vivem na terra. É que Alfred acredita em vida após a morte e acha que esse negócio de somente o homem ter direito a outra vida não passa de um sentimento egocêntrico e egoísta.
Alfred repassou, no último congresso que organizou para gatos e pessoas, as seguintes diretrizes. Segundo ele, todos os homens precisam entender que gatos são diferentes de cachorros, assim como lagartos de cobras e pintassilgos de cupins. Essa mania de querer pegar a gente no colo e ver nosso rabo abanando toda hora que tivermos “de boa” não rola. Todos os gatos têm o espírito livre e quando querem carinho, eles chegam perto das pessoas e, ainda assim, caso queiram que os toquem, levantarão seus rabos sinalizando que estão gostando. Caso contrário, não desejam ser tocados.
Alfred alertou a todos, definitivamente, que seus pelos não são causas naturais de alergias humanas, apesar de reconhecer que possuem uma proteína na saliva que pode gerar alguma estranheza. Também ressaltou que, o fato de ronronar, não quer dizer que gatos têm ou transmitem Asma. Alfred disse, ainda, que gatos são muito curiosos e que precisam ser deixados soltos, para exercerem seus espectros de caçadores de forma inteligente e sutil. Dessa forma, eles podem ser espontâneos e livres fisicamente.
Alfred demonstrou números. Segundo ele, as emergências de hospitais públicos recebem, em média, 10 pessoas por dia, que foram atacadas por cães. Alfred questiona: De onde vem a ideia de que gatos não gostam de seus donos ou os agridem no dia a dia, uma vez que não conhecemos nenhuma ocorrência? Alfred lembrou que não culpa seus inimigos cães por esses atos. Para ele, os donos desses cães os deixam muito estressados e os mesmos passam a ter raiva de todos os “cabeças de tocinho” que os tratam com desrespeito.
Alfred foi muito aplaudido quando disse que todos os gatos são limpos, asseados e cuidam de si, porém lembrou que precisam de donos comprometidos que os ajudem a sobreviver. Alfred listou as brincadeiras preferidas dos gatos e reagiu às críticas sobre o fato de serem traiçoeiros. Segundo ele, gatos não são traidores, nem desleais, pois não vivem tramando coisas absurdas e prejudiciais para seus donos. Ele leu 10 nomes, de uma lista de quase novecentos homens, que traíram outras pessoas através de roubos e corrupção. Pediu para que não chamem mais: gato de ladrão, nem ladrão de gato.
Por fim, Alfred distribuiu folhetos que alertavam para as pessoas não comprarem gatos. Ele conscientizou a todos que desejam ter um, que existem muitos gatos abandonados que precisam de donos. Para finalizar, Alfred liberou a castração, o sexo por prazer, divulgou o último filme do Garfield e pediu para que as pessoas tenham menos preconceitos com os felinos. As últimas palavras de seu discurso lembravam: Eu não quero ser gente!