Ano Novo, vida velha
O fato é que todo rito de passagem é encarado pela maioria das pessoas como um fim, e porque não, um (re) começo. É o que acontece a cada novo dia, a cada segunda feira, a cada primeiro dia do mês e a cada novo ano. As pessoas buscam a mudança e querem ser a mudança, é esse espíritos que as move.
Entretanto, o que deveria ser dito é que todo rito de passagem é uma continuação do que já fizemos, vivemos e amamos. As estradas são radias, sem exceções. Por algum motivo insano elas partem sempre do passado e nos levam a todas as direções.
Uma vez que se apague o passado, de onde hão de partir as estradas? O passado não se apaga. Você há de concordar comigo que já pensou em apagar o seu várias vezes durante o percurso, e acima de tudo, até o fim desse excerto haverá de querer apagar também o meu para que eu pare de importuná-lo com minhas pilherias.
A realidade é que nem ao menos um ano novo é capaz de apagar quem realmente somos, e todas as promessas de mudanças que não concordem com nossa essência não se concretizarão. Afinal, nossas escolhas são sempre em busca dos melhores atos.