Quem dera ser princesa
Me apresento como uma criança sonhadora que diante de muitas coisas sempre esteve imaginando algo novo, algo que me tirasse de minha realidade.
Vivo em uma casa escura, que não bate vento e que tem um cheiro ruim, tenho uma mãe desequilibrada que não lembro de ter dito algo que não me fizesse mal.
Mas tenho meu mundo onde tudo é diferente, as flores nascem de repente e seu perfume doce açucarado se espalha por todo o espaço os pássaros cantam sem medo de serem pegos.
Vivo em um lugar sereno, sempre com vestidos lindos e uma fada bondosa que me dá conselhos e esperança de dias melhores.
Quando venho a minha realidade na maioria das vezes apanho sem entender minha mãe bêbada entra quebrando tudo e no dia seguinte quando acorda me bate por não se lembrar do que fez.
Ela me culpa por sua vida ser como é e me tortura por ela não conseguir mudar sua própria historia.
Quando posso dormir volto ao meu mundo o lugar dos sonhos onde não há lagrimas nem dor onde só é escuro quando quero observar a lua e os vaga-lumes, onde nunca estou sozinha onde tenho minha fada madrinha que me dá colo e me faz carinho.
Mas em minha realidade cada vez fica pior, minha mãe colocou um homem em casa que bate nela e que não trabalha, ele ficou pra tomar conta de mim é um desconhecido que não fala, não se mexe e que não para de olhar pra mim, prefiro ficar em minha cama encolhida esperando a hora de minha mãe chegar.
Até aquele dia que poderia ser como os outros foi o pior dês de que nasci, ele entrou em meu quartinho e ficou olhando pra mim tinha uma cara estranha estava suando me levantei e me encolhi na parede até que ele veio até mim não me dando maneiras de fugir segurou meus braços me jogou na cama, colocou seu corpo sobre mim e começou a arrastar sua barba em meu rosto depois sorria de maneira louca eu gritei com toda minha força e ele me acertou em cheio, lagrimas saiam fartas de meus olhos o desespero era algo tão presente e consistente que eu quase podia tocá-lo.
Ele rasgou minhas roupas de pano simples e passava a mão em mim, eu sentia nojo e queria me soltar mas não tinha força nem ninguém para me ajudar.
Até que senti dor, muita dor ele estava me violentando de um modo absurdo eu estava sofrendo aquela era uma dor intensa que não sei dizer se doía mas em meu corpo ou em meus sentimentos, em sua cara se mantinha a face do prazer que não ligava para o que tinha acabado de cometer.
Meus sonhos, tudo estava acabado minha fada madrinha um dia me disse que eu deveria esperar meu príncipe e por amor algo iria acontecer.
Mas e agora?
Agredida e violentada por um desconhecido que só me despertava nojo, quem iria me querer eu não era mas pura estava suja, até que ouvi aquele barulho alguém entrava.
Gritei mas uma vez e nesse momento vi minha mãe aparecer e ficar paralisada com a cena apresentada, partiu para cima dele alucinada até que nela ele começou a bater e bateu até que ela não se mexeu.
Com os barulhos do que acontecia outras pessoas entraram e viram da cena oferecida, este homem foi linchado por uma população de pessoas assustadas com a crueldade e brutalidade na qual e eu ela havíamos sido submetidas.
Minha mãe faleceu naquele dia, o homem foi espancado e preso e eu fui para um abrigo, onde estava rodeada de pessoas estranhas que não sabia dizer se podia confiar ou não.
Meu mundo se destruiu, minha fada nunca mas vi como todas ali foi largada ao descaso.
Meu mundo dos sonhos já me era negado, a única coisa que podia fazer era me manter em minha realidade e ao dormir me contentar com um sono sem sonhos e se visse algo eram as cenas do terrível dia em que de mim havia sido retirado o direito de sonhos encantados.
Até que pelos outros a mim foi oferecida a chance de fugir dali e foi o que fiz, nas ruas aprendi coisas e conheci uma pedra que me permitia voltar ao meu mundo.
Seu nome era crack, e ela era como uma chave, me permitia por mas que fosse por poucos momentos sorrir por algo que pra mim um dia havia sido bom de verdade.
Em meio a minha transe em meu estado de êxtase a alguém me ouvi dizer:
_quem dera ser princesa.