Viagem platônica

Jaqueline, uma mulher com mais de cinqüenta anos de idade,

embora muitos diziam que não aparentava ter essa idade.

Sempre viajava a trabalho, e também gostava de visitar os

parentes. Nunca havia acontecido algo parecido com ela.

Foi em uma das viagens, que ao entrar no ônibus alguém

a olhou com um olhar penetrante, como nem seu marido

nunca mais havia lhe olhado. Ela percebeu ,mas fingiu não

entender; no decorrer da viagem , um rapaz que tinha a

idade de ser seu filho, isto é, se ela tivesse tido mais cedo

do que teve os seus,é claro. Ele levantou do lugar que estava

sentado e pediu para sentar-se ao seu lado; ela não entendeu,

mas ele lhe disse que a senhora que estava sentada ao seu

lado estava com uma criança no colo, e estava lhe incomodando,

e como ela estava sozinha, resolveu pedir permissão para sentar

ao seu lado. Ela deixou ,então foram conversando quase toda viagem e ele falou da sua vida e ela da dela,e quando ficou sabendo da sua

Idade, ele lhe disse:” seu marido é um homem de sorte ,você é

muito conservada” .Ela, as vezes ,ficava envergonhada pois ele

ficou encantado por ela, e de vez em quando a elogiava, e também

lhe disse:” você tem um cheiro de criança“; ela, mesmo encabulada, lhe respondeu:” eu só uso perfume suave, até gosto de perfume infantil.”Ele lhe falou que ela tinha o cheiro mais doce que já havia sentido em uma mulher ,e achava que aquele cheiro combinava com sua pele .E ele nem desconfiava que ela já havia sentido o perfume dele e que lhe deixou de pernas bambas,já que ela adorava perfumes masculinos.E , depois de tanto conversar, e receber tantos elogios, ela recostou na janela e começou a cochilar, pois a viagem era longa.

Ela acordou com ele encostado no seu ombro, ela ficou assustada,

ele lhe pediu desculpas, ela tímida, encostou mais perto da janela,

mas bem que ela gostou! Prosseguiram a viagem e depois de alguns

minutos ele cochilou novamente , e ela fingiu não sentir ele encostar nela.A viajem acabou para ela, pois ,ele iria descer mais pra frente, e quando ela foi pegar sua bagagem, no compartimento em cima do

banco, ele a ajudou. Quando ela foi se despedir, ele lhe deu um beijo

na sua mão e no rosto, e aproveitou para lhe dizer um elogio no seu

ouvido, e lhe entregou um cartão com seu telefone. Ela ficou desconsertada ,mas guardou em sua bolsa. Quando desceu, seu companheiro estava a sua espera com a cara de “poucos amigos” como sempre .

Ela pensou: “Será que ele merece todo esse respeito que tenho

por ele?”.

Ela olhou disfarçadamente para cima, e viu o rapaz pela janela

lhe olhando. Ele a olhou, ela o olhou, ele a desejou ,ela a desejou,

mas platônico ficou. Pois pela idade dele poderia até ter visto ele

nascer , crescer. E o seu lado mãe falou mais alto.

Mas por muito tempo, ela não esqueceu daquele olhos verdes,

daquela barba bem feita,daquela pele morena, daqueles cabelos

lindos e principalmente daquele perfume.

E ela sempre pedia a Deus, que nunca mais o encontrasse pois

poderia não resistir a tentação e cometer um pecado carnal.

E poderia ser uma decepção, pois ela ainda amava seu marido.

AD Mulher
Enviado por AD Mulher em 13/12/2010
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