O NATAL DOS BARROS

O NATAL DOS BARROS

O Natal é a maior festa da cristandade, ou pelo menos já foi, porque no Natal se espera que a solidariedade e o amor ao próximo estejam sempre presentes, pois é o Aniversário de Jesus Cristo, o mais humilde, solidário e amoroso homem que já viveu nesse mundo, mas não é sempre que tudo isso acontece.

No Natal fica evidente as diferenças sociais e financeiras, porque os abonados enchem as lojas e compram sem medidas tudo do bom e do melhor para suas ceias e seus presentes, já os pobres se contentam em apreciar as vitrines das lojas de roupas, comidas e de presentes, porque não tem com o que pagar por tudo aquilo.

E assim era também na cidade de São João do Leste, as pessoas que podiam fazer compras compravam e as outras apenas olhavam; essa diferença de situação era pior para a família de João do Barro, porque viviam modestamente em uma casinha de pau a pique, na periferia da cidade; João do Barro trabalhava como oleiro.

Seu nome verdadeiro era João de Souza, mas por causa de seu trabalho, era conhecido como João do Barro, sua esposa era Maria do Barro e seus filhos eram chamados de Barrinhos na escola e fora dela; a família toda trabalhava ajudando na olaria, amassavam o barro, lavavam formas e carregavam lenha.

Mesmo com tanto esforço, não conseguiam se livrar da extrema pobreza, seus ganhos eram suficientes apenas para uma modesta sobrevivência e no Natal a única diferença era que não trabalhavam e comiam carne e uma sobremesa e era só, nunca trocavam presentes, porque não tinham dinheiro suficiente para isso.

Todos os anos acontecia a mesma coisa e a família dos Barros já estava acostumada, ninguém reclamava ou tinha inveja dos ricos e essa humildade foi um dia recompensada, foi assim: naquele ano a situação estava particularmente difícil, porque um dos meninos estava doente e foi preciso comprar remédios.

Para a compra dos remédios, foi usado o dinheiro reservado para a carne e a sobremesa da modesta Ceia de Natal e o jeito seria se contentarem com o arroz e feijão de todos os dias e como sempre ninguém reclamou; dois dias antes do Natal, João do Barro retirava barro para trabalhar, escorregou e caiu em um córrego

Tentando sair da água, ele viu uma coisa brilhando na areia do fundo do córrego e quando apanhou a pedrinha, reconheceu um pequeno diamante, quase se afogou de susto e alegria, saiu da água se ajoelhou e agradeceu a Deus por aquela benção, correu para casa para dar a noticia a família e gratos rezaram juntos.

Com a venda da pequena pedra, compraram uma casa um pouco melhor e pela primeira vez em suas vidas, festejaram realmente o Nascimento do Menino Jesus; aquele presente de Deus. rendeu respeito para João do Barro e sua família que voltou a ser a família Souza e os Barrinhos recuperaram seus nomes : José, Antonio e Sebastião. Aleluia...

Maria Aparecida Felicori { Vó Fia }

Texto registrado no EDA

Vó Fia
Enviado por Vó Fia em 09/12/2010
Código do texto: T2661373
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.