Dark Herunt

Segue aqui o blog, onde eu publico oficialmente o conto.

[http://darkherunt.blogspot.com]

Aonde o vento é brisa e o céu claro de estrelas...

O caos sempre vem no final, mas o final tem o seu começo, mas parece não ter o seu fim.

Lucid Dreams

O frio vento de Logus, nunca encomodou as crianças de lá, na manhã, podia-se ver as criançascorrendo pelos campos, as bochechas rosadas, o branco da pele, parecia que tudo lembrava o frio, mas nunca está frio demais quando você está correndo pelos campos ao redor do reino. Os dois garotos correndo por lá, Herunt e Alexander, corriam pelos campos.

- Você nunca vencerá Alexander VI.

E o garoto loiro soltou uma risadinha maléfica, mas logo ela se misturou em um tom de brincadeira e logo se cessou pois se concentrou em correr mais atrás do outro garoto, Alexandar, que corria do garoto loiro, tropeçou, sua pele branca tomava um tom rosa em toda a sua face, os cabelos negros na testa, uma gota de suor deslizando pela sua face, se levantou aos poucos, ficou de joelhos, batendo as mãos na roupa, as palmas vermelhas, sentiu um ardor nas mesmas, ele abriu e fechou as pequeninas mãos, logo sentiu um peso em suas costas, seu corpo desiquilibrou e por impulso virou as mãos para o chão, amortecendo sua queda, ouviu a conhecida voz.

- Alex!

A pequena garota girava de cima das costas de Alexander para o chão, deitando-se na gra,a, Alexander a olhou pelo canto dos olhos e levou o indicador ao labios pedindo silêncio, a garota arregalou os olhos e logo abaixou a cabeça, estavam em uma especie de morro, os dois ouviram passos, que foram ficando mais proximos até que os pés de Herunt apareceram diante dos olhos dos dois garotos deitados, Alexander abriu um sorriso e levou a mão ao tornozelo de Herunt, o mesmo olhou para baixo com uma cara de espanto, mas que logo sumiu quando viu que eram os seus amigos. A garota começou a rir e girou o corpo pra cima, olhando Herunt, parecia estar de cabeça para baixo. Alexander soltou a perna de Herunt, e o mesmo que havia levado o susto, olhou para a garota, franzindo a testa exasperado.

- Não teve graça.

A garota, continuou rindo e fez que sim com a cabeça. Herunt olhou para o amigo que logo jogou os ombros, e se apoiou nos cotuvelos no chão, colocando a sua cabeça entre as mãos e respirou fundo. A garota olhou para Herunt.

- Viu só.

Herunt ficou desanimado depois dapeça que pregaram nele, ele jogou de ombros fazendo de conta que não havia se importado, coçou cabeça e se sentou no chão, a garota continuou deitada, seu nome era Jolene e acompanhava Alexander para onde quer que ele ia, Herunt não gostava muito disso, mas os três estavam sempre juntos.

Alexander sorriu para o amigo e falou sério.

- Não se preocupe, Herunt, logo você será um cavaleiro e irá servir o reino e se tornar um herói.

Os garotos riram e continuaram imaginando com seria o futuro da li para frente. Mas a imagem do sonhos foi desfeita assim, saiu sinuosa como uma fumaça e logo o rapaz se virou em sua cama, piscou os olhos algumas vezes, se levantou e se sentou na cama, o cabelo na testa como sempre, o cabelo se seguia não muito curto, mas nem grande demais. Ele levou a mão em seu rosto, respirou fundo, não estava, conseguindo descansar, o reino está em guerra, desde a morte de seu pai, e sua cabeça as vezes parecia não ter as respostas para todas as perguntas, quando na verdade, deveria ter. Ele meneou a cabeça negativamente e se olhou no espelho com a pouca claridade que adentrava o quarto, seus olhos fixos no espelho, era incrivel como as coisas passaram rápido desde a época do seu sonho. Herunt era seu melhor amigo, mas desde que eles cresceram e tiveram que assumur seus postos...

Alexander como principe e logo se tornou rei, Herunt, como cavaleiro, ambos substituindo seus pais, não havia mais ninguém além de Jolene para ele conversar, a pequena garota se transformou na melhor amiga, a conselheira do jovem rei. Desde que Herunt partiu para as batalhar, Alexander tem passado a maior parte do tempo conversando com ela, Jolene se tornou um poço inacabavel de segredos e sentimentos depositados por Alexander e todos os problemas, todas as emocões, sentimentos e pensamentos, tristes ou felizes, eram pra ela detalhados. Era bom para ele saber que tinha uma amiga com a qual podia contar sempre, parecia que todos os problemas iam embora, eram alguns momentos, além de suas lembranças, felizes.

O Mensageiro

Em todos os lugares, castelos, campos e lagos, em nenhum deles havia uma historia descente, nenhum deles foram conquistados sem derramar uma gota de sangue. E com essas gotas, frios cavaleiros regavam seu pão, tingindo o amarelado do trigo com o carmin do sangue azul do que eles haviam conquistado na batalha.

O vento soprava fazendo, a unica coisa a se escutar o farfalhar das folhas sob as botas de Herunt, ele pisava cautelosamente sobre as folhas, pegando um pouco de terra com as mãos, cuja as palmas estavam envoltas de uma espécie de luva de couro vermelha, porém, eram apenas as palmas, os dedos ficavam livres, isso evitava que Herunt em uma batalha machucasse as palmas das mãos, afinal, são estas que dão o suporte e os dedos na combinação perfeita que Deus os fez, se fechavam e as mãos treinadas do nobre cavaleiro firmavam a espada e contra o ventre e a escamosa pele de um dragão ele coloria o prateado da folha da espada com vermelho, as vezes a noite os sonhos vinham lhe atormentar a cabeça, mas ele se esforçava e tentava se manter em paz, as mãos do rapaz pegavam um pouco de terra e jogavam sobre a pequena fogueira, apagando assim o ultimo feixe de luz que se podia ver em toda a floresta.

Não se sabe ao certo como seria o decorrer da noite, o vento agora soprava frio ora suave, ora como uma flauta tocada por alguém que não tinha a menor idéia do que estava fazendo. Herunt precisava voltar para casa, o vilarejo estava muito longe para continuar a pé, depois de ter perdido seu cavalo, o nosso jovem cavaleiro vem seguindo a pé pelos bosques, o cansaço até agora não tem sido problema, é algo que ele superava todas as noites quando se deitava sobre o amontoado de folhas secas coberto por uma pequena manta azul, repousava sua cabeça sobre uma pequena bolsa de couro feita por ele mesmo. As vezes os sonhos são os unicos lugares nos quais alguém pode se refugiar da cruel realidade, mas no caso deste cavaleiro as coisas não seguiam esse curso, os sonhos eram sinuosos e perigosos, mudavam de curso a cada noite e os gritos honrados, doloros, altos e capazes de fazer o coração de qualquer ser bater honrosamente a morte, perante tamanha grandeza.

Todas as noites, o encarregado do reino de matar dragões, ouvia os penosos ultimos gritos dos dragões ecoando por sua mente, era incrivel como matar tais criaturas poderiam afetar tanto a mente de um ser tão frio e se digo que é frio é porque se não o fosse, ao primeiro dragão que matou, a primeira sensação, o seu corpo tremulo e os olhos chorosos e o medo que isso causava, todas estas sensações estariam presentes em todos os momentos em que Herunt assassinou de forma pacata cada um dos dragões inimigos.

Mas havia as noites calmas, as noites onde um sorriso feminino de um rosto corado clareava toda a nevoa e dor que este cavaleiro sentia. Quando podia no meio da noite ele sonhava com o começo, sonhava em voltar finalmente para o povoado e nele viver como um homem qualquer, trabalhar de ferreiro por lá e todos os dias no fim de tarde chegar em sua humilde casa e encontrar aquele sorriso, o unico sorriso o qual ele conseguia pensar, o unico que fazia os sonhos ruins se esvairem como fumaça de sua cabeça. Era ela, a moça a qual ele cresceu junto, a qual ele conhecera a tanto tempo e que jamais poderia ser dele se ele continuasse lá sem fazer gloria.

Sim, uma mulher pode mecher de muitos jeitos com um cavaleiro e despertar apenas uma faisca no frio coração, fazendo esse misto de quente e frio comprimir o coração do rapaz, fazendo fendas por volta dele e a dor o consumir novamente, e logo o pequeno fantasma sorridente desaparecia e diante da sua ultima visão doce, nos sonhos os olhos da camponesa ficaram diferentes e logo davam lugar ao olhar do ultimo dragão que Herunt matara.

Tão suplicantes, parecia ser o ultimo apelo que aquele dragão fazia e em fração de segundos Herunt podia ver a cena acontecendo mas desta vez de outro angulo, ele via a espada delacerar os musculos e sendo empurrada para dentro com mais força, o ranger dos dentes, o farfalhar das armaduras, o choque do metal com metal, a sensação da espada perfurando os musculos do animal, o urro de dor e a brusca virada de pescoço para fitar o cavaleiro que o matara, a sensação de morte estava ali, logo as cortinas espectrais se abriram e a essencia do dragão brilhou, brilhou de forma intensa, Herunt teve que tampar o rosto com o braço até que a essencia fosse capturada pelos magos do reino inimigo e estas eram guardadas em pequenos frascos e depois fundidas a metal e magia formando a espada dos melhores cavaleiros de dragões do reino.

Herunt ainda não tinha chegado a esse cargo, talvez até o repudiasse, afinal passara o tempo todo ao lado de magos o ajudando a matar os dragões, uma missão perigosa, dragões são criaturas espertas e poderosas, não só por serem animais enormes, mas também pela magia que a essencia destes contem. Alem de driblar a mente dos dragões ainda tinha de cuidar dos outro magos, magia em mãos erradas não pode dar certo, quando um mago entra em sua mente ele pode fazer você reviver seus piores pesadelos e fazer com que você se contorça como louco sentindo uma dor forte e aguda e quando um mago é pego, todos os que estão sobre a proteção deste são alvos faceis para os inimigos.

A batalha é ardente e chama a atenção de jovens tolos a procura de gloria, a gloria, estes possuem, mortos ou vivos, mas serão sempre lembrados como os homens que se uniram a poderosas feras. Infelizmente, Herunt, não chegou a esse cargo, é apenas o corpo controlado e escoltado pelas mentes dos magos. Imagine o transtorno que seria Herunt junto a mente de uma fera, unido de mente e coração com um dragão, uma das criaturas que este matou incansaveis vezes em incansaveis batalhas, certa vez um dragão chamado Afari, depois de seu cavaleiro morto, as suas barreiras mentais foram destruidas quase que por completo, um dragão que une mente e coração, quando o coração ainda bate e a mente está sã, o dragão se protege mentalmente, mas quando mente e coração do cavaleiro são destruidas o dragão fica exposto a magia dos magos. Afari vinha dilacerando tudo que encontrava pela frente, quando viu Herunt empunhando a espada, em um golpe esperto e rapido em outro cavaleiro caido ao chão, Afari veio voando cortando o céu e fazendo uma espiral agil e agarrou a perna de Herunt , seus dentes afundaram na coxa do nosso cavaleiro.

Os berros de dor de Herunt podiam ser ouvidos de uma distancia consideravel, mas depois de se sentir praticamente anestesiado pela dor em alguns segundos, juntando força e finalmente mirando na falha da armadura do dragão, Herunt empurrou a espada rapidamente e com bastante força e girou a mesma até atingir o coração do dragão, mas uma vez a essencia quase cegou Herunt, logo a boca do dragão foi aberta soltando o cavaleiro e caindo ambos na relva verde a qual a cor já estava toda colorida de vermelho. Inconsciente, Herunt não se lembra de mais nada a não ser quando acordou no outro dia na tenda dos magos, a unica lembrança viva que ele tem são as cicatrizes, estas os magos não conseguiram fazer desaparecer...

Depois da fria e tormentosa noite de pesadelos, Herunt acordara de manhã ouvindo o canto do rouxinol, este estava em pé sobre um toco de arvore, carregava no bico uma mensagem, Herunt se levantou meio tonto, cambaleou um pouco e finalmente pegou o papel, quando pegou o pergaminho a ave saiu rapidamente. Abriu e leu atentamente, esfregando os olhos, cerrou os punhos e enrijeceu todo o seu corpo, as veias do seu pescoço praticamente saltaram para fora. Herunt tinha outro trabalho, os rumos da guerra entre os imperios mudaram e felizmente para o rei ele era o cavaleiro mais qualificado que havia lá e o mais proximo, seria tolice que o rei entimasse cavaleiros que estariam mais longe, demoraria muito mais para chegar e as tropas precisariam da ajuda de Herunt com o mago.

Relaxando um pouco o corpo, nosso cavaleiro se curvou um pouco alongando a coluna, logo cambaleou um pouco para tráz e esfregou os olhos, estava cançado, andara muito a pé, a força já não era a mesma. Fazia três anos que Herunt estava seguindo a mesma estrada, a três anos atras as coisas pareciam bem mais faceis. Ele só tinha que acordar e ajudar seus pais, trabalhar, caçar animais e sorrir para a moça do sorriso. Herunt sempre foi orgulhoso, vivia dizendo a seus pais que um dia eles teriam orgulho dele e por isso ele decidiu ajudar o império, pois se há um jeito que um homem tem de provar a coragem e bravura, e assim conquistar a glória e sempre ser lembrado por todos como um cavaleiro é entrando em uma guerra.

No começo foi dificil para ele se acostumar a distancia, o afago da mãe e o tapinha nas costas do seu pai. A saudade é algo que ele deveria aprender a lidar, ele aprendeu, não da melhor forma, mas aprendeu.

Acabou cochilando novamente, mas o cochilo não durou muito, em poucos minutos ele acordou assustado, ele ainda queria dormir mas não deveria, ele sabia que o reino ordenava aos magos que fizessem dos pássaros seus guias e o que irão pensar de um homem preguiçoso, apesar de praticamente ser "veterano" apenas por estar lá por três anos, as batalhas nunca cessavam, pequenas ou grandes, dragões eram sempre treinados e capturados, magos sempre atentos e fazendo o melhor para o arsenal dos cavaleiros de dragões.

Se levantou mais que depressa, enrolou a manta azul e colocou em sua bolsa de couro que ficava a tiracolo, apertou bem as tiras das botas e se preparou para partir, caminhava de forma agil e sempre tentando poupar o ar. O quebrar das folhas, o arranhar das solas das botas no cascalho, a espada pesada que de tanto a carregar do lado direito dava a impressão de que ele mancava de uma perna, o suor brotando pelo seu rosto e quando andava mais rapido ele podia sentir o vento de outra forma como se esfriasse momentaneamente as gotas de suor sobre a pele. Nada passava por despercebido ao rouxinol que cantarolava sua melodia acima de nosso cavaleiro, este era o mesmo rouxinol que levara a mensagem para ele de manhã.

O mensageiro do rei jamais abandonou Herunt durante suas viagens, era o canto do mensageiro que amenizava um pouco a solidão do cavaleiro. Herunt sorriu a olhar para cima e ver o pássaro sobrevoando incasavelmente sobre ele e começou a assoviar tentando seguir o mesmo ritmo do pássaro. Nessa caminhada, pode-se ouvir barulho de água, o que fez Herunt desviar seu curso que tecnicamente era guiado pelo rouxinol, o cavaleiro foi seguindo em direção ao barulho da água.

Finalmente achou o pequeno riacho, se abaixou amassando a grama verde sob suas botas, retirou as luvas vermelhas, lavando a mão, em seguida o rosto e logo depois tomando água, percebeu que agora não se ouvia nada mais além do curso do rio, prendeu a respiração, buscou cautelosamente o canto do rouxinol, mas nada se ouvia até que quebrando o silencio uma folha seca estalou atrás dele, continuou imovel e procurou no reflexo da agua o que havia causado o barulho, seus olhos se arregalaram, empunhou a espada e girou seu corpo rapidamente, buscando o equilibrio nas pontas dos pés e impulsionou todo seu corpo para frente em direção ao oponente e a espada em sua direção seguiu confiante...

Nada atingiu! Parecia que o seu oponente era muito mais esperto do que nosso cavaleiro havia pensado, Herunt sentiu apenas uma forte dor na suas costas e caiu de joelhos, uma voz doce mas firme ecoou pela sua cabeça, seus ouvidos capitaram, de principio não conseguiu acreditar que fosse uma mulher, logo a mão da mesma repousou sobre o ombro de Herunt, ele olhou para cima semicerrando os olhos e respirou fundo, estava pronto para atacar quando percebeu a marca na testa da mulher. Com certeza era alguém enviada pelo rei, pela marca real só poderia ser.. Lunne.

Izzy Stark
Enviado por Izzy Stark em 13/11/2010
Código do texto: T2612906
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.