O Homem do Lápis.
Na década de cinqüenta, Marques era considerado o melhor classificador de café. Era conhecido como O Homem do Lápis. Com muito conhecimento sabia selecionar os melhores grãos para exportação.
Sua ótima posição financeira permitia sua família ter todo o conformo imaginado. Bela residência, a melhor escola para os filhos e até um carro importado. Numa festa, uma mulher sedutora se chegou a ele. De início sentiu essa mulher como se fosse uma grande tentação. Sem controle ele resolveu ceder a ela que o deixava cada vez mais fascinado. Ele se entregou totalmente a essa aventura irresistível.
Não demorou muito, sua esposa soube do caso. Ela e filhos o expulsaram de casa. Marques se desajustou por completo. Passou a não executar bem o seu serviço de classificador. Foi logo substituído. Por causa da separação nada amigável, ele perdeu a maior parte do seu patrimônio. Sua amante logo se tornou a viúva negra que dele se apossou, sugou o que pôde e o largou quase morto.
Depois disso, ele vivia de favores de amigos que recentemente conquistara porque os anteriores dele se afastaram. Dormia dentro da cabine de um pequeno caminhão de mudanças, que à noite ficava na rua, em frente da casa do dono. Ele se sentia um toco de lápis roído cujo grafite era a sua alma carcomida.
Numa manhã de muito frio ele morreu dentro do velho caminhão. Havia poucas pessoas no seu enterro. Sua família não apareceu.
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O Senhor Marques conversava com meu pai, todos os finais de tarde, e contava os pedaços de sua vida. Meu pai, depois do falecimento, contou para mim o que se passou, conforme relatei. Morávamos há cem metros de onde o Senhor Marques dormia dentro daquele caminhão de mudança.
Sua ótima posição financeira permitia sua família ter todo o conformo imaginado. Bela residência, a melhor escola para os filhos e até um carro importado. Numa festa, uma mulher sedutora se chegou a ele. De início sentiu essa mulher como se fosse uma grande tentação. Sem controle ele resolveu ceder a ela que o deixava cada vez mais fascinado. Ele se entregou totalmente a essa aventura irresistível.
Não demorou muito, sua esposa soube do caso. Ela e filhos o expulsaram de casa. Marques se desajustou por completo. Passou a não executar bem o seu serviço de classificador. Foi logo substituído. Por causa da separação nada amigável, ele perdeu a maior parte do seu patrimônio. Sua amante logo se tornou a viúva negra que dele se apossou, sugou o que pôde e o largou quase morto.
Depois disso, ele vivia de favores de amigos que recentemente conquistara porque os anteriores dele se afastaram. Dormia dentro da cabine de um pequeno caminhão de mudanças, que à noite ficava na rua, em frente da casa do dono. Ele se sentia um toco de lápis roído cujo grafite era a sua alma carcomida.
Numa manhã de muito frio ele morreu dentro do velho caminhão. Havia poucas pessoas no seu enterro. Sua família não apareceu.
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O Senhor Marques conversava com meu pai, todos os finais de tarde, e contava os pedaços de sua vida. Meu pai, depois do falecimento, contou para mim o que se passou, conforme relatei. Morávamos há cem metros de onde o Senhor Marques dormia dentro daquele caminhão de mudança.