Diálogo entre o Avô e a Neta

Um dia eu estava sentada debaixo de uma árvore frutifera, segurando uma folha ressecada pelo sol que estava caída no chão refletindo sobre a vida e tentando fazer descobertas, mas, não sabia que tipo de descobertas era essa.

Então resolvi me encostar na árvore e fechar meus olhos para que eu pudesse entender o que é a vida, quer dizer... quem era o dono da vida, de onde Ele veio, porque Ele nos ama e porque nos mantém vivo apesar de tanto pecado e heresia. Enfim, descobrir quem era Deus e se realmente ele habita dentro de nós e vive 24 horas nos protegendo.

Certa hora, ouvi uma voz bem familiar, uma voz baixa, meio que sumida por causa de sua velhice, era meu avô, com aquele sorriso de sempre o qual nos recebia com muita alegria.

Então ele me perguntou: - Minha neta, o que fazes aí tão quieta e pensativa?

Eu respondi a ele: "Vô"! Eu estava tentando fazer descobertas.

Ele disse: Mas que tipo de descobertas?

Eu disse: Ainda não sei, mas... "vô", quem é Deus e como podemos saber que Ele vive entre nós e nos protege a cada dia?

Meu avô se sentou vagarosamente, se apoiando num pedaço de galho que estava mais baixo, apoiou-se em meu joelho e se ajeitou ao meu lado, deu um sorriso e passou a mão em seu queixo.

Olhou para mim dizendo: Então minha princesa, queres saber quem é Deus e como podemos saber que Ele existe, não é isso?

Eu respondi: Sim "vô"! trocando sorriso com ele.

Ele me respondeu com a maior claresa e sabedoria:

- Minha princesa, podes emprestar-me essa folha seca que seguras em tua mão? - Eu disse: Sim.

Pegou a folha e começou a explicar:

- Minha neta querida, olhe bem essa folha, e depois olhe bem para as folhas que ainda estão na árvore, olha a diferença, uma está novinha como você (alisou meu rosto) e outra velhinha como eu. (risos), ísso faz parte da vida. Mas queres saber se Deus está conosco, certo?

Então feche seus olhos e sinta este vento que passa sobre nós e ouça o barulho das folhas feita por este vento.

Minha neta, você pode ver o vento? - Respondi:Não "vô", mas posso senti-lo, e é tão bom, porque nos refresca.

Ele respondeu: Então minha neta, é simples assim, você não vê o vento, mas pode senti-lo, através desse pequeno e simples vento, você pode respirar e se refrescar, é assim Deus em nossas vidas, você não vê mas pode senti-lo, igual a folha que está em sua mão, está velha, como seu avô, e as folhas da árvore estão novas como você, Deus nos deu o dom da vida, para que cresçamos e ensinamos um ao outro.

Minha Neta! Deus é o vento que você sente, é o amor que está em você, é as aves que você pode ver voar livremente, são os cachorros que você cuida, é seu avô, é você, é nossa família.

Deus é o nosso Pai eterno, que nos deu a oportunidade de estarmos aqui conversando debaixo dessa sombra maravilhosa.

Finalizei dizendo: "Vô"! Então Deus é o mundo, mas o mundo por muita das vezes não reconhece a Deus! É isso?

Ele disse: Sim minha neta, muitas pessoas não reconhcem a Deus, mas Ele reconhece todos, mesmo aquelas ovelhinhas desgarradas.

- Eu disse: Então vovô, devemos resgatar essas ovelhinhas para Deus.Vamos fazer isso juntos.

OBS: Esse conto é verídico. Eu estava refletindo sobre a vida, e dialoguei com meu sábio avô que agora está com 91 anos, essa conversa foi há 2 anos atrás.

Deus é o vento que você sente, é o amor que está em você, tudo que você vê e toca, pertence a Deus.

Luana O Martins
Enviado por Luana O Martins em 09/11/2010
Reeditado em 09/11/2010
Código do texto: T2605767