Felícia sempre gostou de flores. Todas a deixavam feliz e gostava de tê-las por perto...
Em seus canteiros as plantava e após a flor desabrochar, ela lhe dava nomes.
Olhava para elas e, conforme as via, surgiam a rosa Pequenina, gérbera Sorridente, miosótis Tristinho e tantas outras....
-Sai desse jardim, Felícia! Vem pra dentro fazer coisas mais importantes! gritava sua mãe...
Essa cena era diária e mesmo assim, Felícia não deixava de conversar e cuidar de suas plantinhas amigas.
Era o único modo de ter paz em seu dia, já que dentro de casa era aquele horror sempre com a impertinência lá reinante.
Um dia, ao retornar da escola,de longe vê a mãe sentada no jardim...
Vê também uma grande tesoura na sua mão...
Percebendo a cena, chega gritando e pedindo para a mãe não cortar nenhuma flor pois cada uma tinha uma função ali...
Gostava de vê-las onde elas nasciam,desabrochavam e morriam.
Porém, o olhar da mãe revelara o que havia sido feito: jazia ao chão a gérbera Sorridente...
Felícia olha pra mãe, triste, retira-se dali levando a gérbera para dentro de casa.
Lá, a coloca num vasinho de vidro transparente.
Todos os dias, passava por ela que ainda estava viçosa...
Conversava com ela como fazia antes e a cada ida ao jardim, pegava o vaso e o levava junto.Colocava em meios às flores amigas.
Um dia, ao olhar para o vasinho, vê um brotinho dela surgir...Cuida dele com o carinho de sempre...
E foi justamente esse brotinho que ao crescer, ela levou ao cemitério, no dia em que sua mãe teve diagnosticada sua morte: tristeza e depressão.
* Foto chica