UMA DOCE VINGANÇA

Edna. A perua, a dondoca, a esposa. Eduarda. A executiva, a inteligente, a amante. Alberto. O empresário, o empreendedor, o marido. E o amante. E assim começa uma inusitada trama. Ou drama. Sei lá. Só sei que começa numa cama. De motel.

O sol arde nas ruas de São Paulo. Eduarda está presa no trânsito, atrasada para uma reunião com empresários interessados na compra de uma parte da empresa em que ela atua como executiva de negócios imobiliários. Já Alberto, interessado na compra, resolveu participar da reunião. Concentrado nos papéis do negócio, se distraiu quando vê um belo par de pernas entrando sala a dentro. Seu queixo caiu por tamanha sensualidade. Eduarda estava exuberante em um taiyer preto que descia muito bem em seu corpo. Alberto, de terno, muito elegante suspirou: “que mulher, eu daria tudo para te-la em meus braços.” E não hesitou em tentar conquista-la. Sabia que não poderia deixar aquela mulher passar em branco em sua vida.

Encerrada a reunião, aproximou-se de Eduarda. Seu telefone toca. Era Edna:

- Querido, preciso comprar, comprar roupas e mais roupas e jóias também. Alberto pensou: “ Meu Deus, o que será de mim? ”

- Tudo bem, querida! Vou chegar mais tarde hoje. Não me espere para o jantar.

Novamente ela avançou em direção à Eduarda e sussura em seu ouvido:

- Tens companhia para esta noite? Ela prontamente responde:

- Esta cantada não cola. Já é antiga. Alberto não desiste e fala:

- Eu daria o mundo para jantar com você esta noite! Por favor!

Eduarda, já vacinada a esta altura da vida, aceita o convite do empresário, que não desite em leva-la para a cama. Mas o mais importante para executiva, neste momento, era aproveitar a vida da melhor forma possível. Solteira, descompromissada, não tinha nada a perder, mesmo que ele fosse casado.

Saíram do restaurante e foram direto para o motel. E rolou de tudo. Muito quente. Eduarda ficou alucinada e Alberto de quatro por ela. Por mais incrível que possa parecer, ela fisgou ele.

Madrugada, o empresário retorna à sua casa, acordando Edna ao tentar entrar no quarto sem fazer barulho algum, mas não funcionou. Sua esposa questiona o horário:

- Alberto? Por que tão tarde, querido?

- Negócios, negócios, meu amor!!! E ele dormiu como um anjo.

Alberto e Eduarda se encontravam e transavam. Transavam. Se encontravam. E transavam. O tempo passou e ele se apaixonou. Jóias, roupas de grife, carros importados, viagens... Jóias, roupas de grife, carros importados, viagens...

Certa manhã, Edna estava na piscina de sua bela casa e festeja:

- Oh! My God!!! A água da piscina está explêndida. Pediu um champagne delicioso e o bebeu com vontade. Pensando em seus investimentos, cogitou a hipótese de comprar um novo apartamento. Conversou com o marido e ele consentiu com uma certa reserva.

- Honey, me disseram que aquela corretora chamada Eduarda era uma ótima negociadora, o que você acha? Você a conhece?

- Claro que não docinho, mas já ouvi falar a seu respeito. Mas tenho alguém melhor que ela, não a procure. Marcarei um encontro seu com meu corretor particular. Tudo bem???

- Sim, querido.

- Mas faça um bom negócio. Pense bem e analise com calma antes de fechar o negócio. Desta vez não vou interferir.

Porém, a perua fez exatamente o contrario e procurou Eduarda no dia seguinte para uma convesa. Edna adentrou a sala de Eduarda e percebeu que a executiva era muito bonita e elegante. Ficou impressionada com sua beleza.

- Entre, por favor! Fique a vontade. Em que posso ajudar?

- Bem, eu gostaria de conhecer alguns apartamentos para compra, uma espécie de investimento, não seria para morar. Recebi várias indicações suas, me falaram que você era muito eficiente no mercado imobiliário.

- Obrigado! Fico feliz por isso. E então? Vamos ver alguns apartamentos agora? Tudo bem para você?

- Ok, honey! Vamos lá!

Depois de muitas visitas, muita conversa, acabaram ficando amigas, trocaram confidências.

...E se encotravam e trocavam mais confidencias. Confidências. Confidências. Confidências. Santas confidências... Mas, Eduarda não contara a Edna que mantinha um relacionamento, ainda que superficial, com um homem casado. E sequer pretendia revelar.

Em uma linda tarde de sexta-feira, marcaram um encontro no shoping para fazer compras e colocar o papo em dia. Porém, algo acontece: Eduarda esquecera do encontro com a amiga, esposa de seu amante e combina um encontro com Alberto no mesmo lugar e horário.

E lá estão eles, os dois amantes trocando carícias, abraços e beijos calientes quando Edna aparece:

- My God! Seu safado! Bem que eu desconfiava que você tinha outra. E você, Eduarda. Se dizia minha amiga e sai com meu marido??? Está tudo acabado! Chega!!!

- I`m sorry, honey!!! Sei que seu marido é um cafajeste, mas é muito gostoso. Desculpe?

- Não quero saber. Adeus! Adeus! Fica com ele.

Na frente do juiz, Edna e Alberto discutem muito sobre a divisão dos bens: “eu fico com isto,você fica com aquilo“. Mas, no fim das contas o marido safado acaba perdendo boa parte de seu patrimônio e fica arrasado com a decisão do juiz.

- Você me paga, sua vingadora, mal amada! Sabe que poderíamos continuar casados e meu fortuna seria a mesma.

- Azar o seu, honey! Que se dane!

Alguns dias se passaram depois da separação oficial e Edna resolve procurar Eduarda em seu escritório. A executiva se surpreende com a visita da ex-amiga:

- Pode entrar. Eu não esperava que você me procurasse depois do ocorrido.

- Tudo bem querida. Eu só precisava de um pretexto para me separar de Alberto. E você me ajudou. Não fosse por você ou por outra, estaríamos juntos, ainda.

- Eu entendo. Então quer dizer que não está chateada comigo?

- Imagina. Somos amigas ou não? E aí? Topas sair para comemorar? Será em grande estilo.

- Claro. Achas que eu perderia esta?

Foram para um restaurante chiquérrimo e comemoram fervorosamente a derrota de Alberto que adorava dinheiro e amantes. Adivinhem que estava lá, assistindo tudinho e se mordendo de raiva? Alberto.

- Elas vão pagar muito caro por esta vingança. Eu tenho certeza que combinaram tudo.

Dois belos rapazes se aproximaram da mesa das amigas e lhes convidaram para uma noitada.Elas aceitaram sem hesitar, aproveitando para esquentar ainda mais a doce vingança.

- Ahaaah! Ahaaah! Pobre Alberto! Sozinho e sem dinheiro.

MAGALE CARDOSO 13/06/09

MAGALE CARDOSO
Enviado por MAGALE CARDOSO em 26/10/2010
Reeditado em 08/09/2014
Código do texto: T2578720
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