FÉ E MILAGRE (Caso verdadeiro)
FÉ E MILAGRE
O ano é 1970, bem no mês de janeiro. A cidade é Santa Maria da Vitória, interior da Bahia. A Rua é Rui Barbosa. A casa onde presenciei o fato fica do outro lado da rua, oposta à casa onde moro . A dona da casa chama-se dona Ingrácia. O movimento neste final de tarde e início de noite é bastante, com um entra e sai danado de pessoas entre adultos e crianças. Curioso, atravesso a rua e adentro à casa da Dona Ingrácia para saber do que estava ocorrendo e assim matar a curiosidade. Vejo na sala uma cama improvisada do lado esquerdo de quem entra junto à parede e, deitada na cama, com bebês gêmeos, uma senhora bastante abatida, acompanhada do Padre Salvador que fora solicitado para dar a extrema unção, pois, após efetuar o parto, os médicos disseram que não poderiam fazer mais por ela. O parto foi muito difícil, mas a garantia de mantê-la viva já não dependia mais deles e nem da medicina,por isso foi enviada de volta para casa. Nós, a criançada e os adultos sempre estamos olhando esta senhora, supostamente moribunda, com o sentimento de muita pena dela, do marido e das crianças recém-nascidas, que podem ficar órfãs de mãe a qualquer momento e no futuro quem sabe, ganhar uma madrasta sabe lá Deus como será!
O Padre Salvador,com sua batina preta e surrada, está sempre rezando o terço, rogando por Cristo e por Nossa Senhora Aparecida para curá-la. Vez ou outra pede para o marido dela introduzir na boca daquela senhora,comprimidos e água.Em nenhum momento ele para de rezar e de rogar a Deus,por Jesus e Nossa Senhora. Para melhor segurança da enferma, somos convidados a sairmos da casa para melhor recuperação da supostamente moribunda e também, para que a família tenha um momento de privacidade. A partir deste instante, ao sair da casa da dona Ingrácia, eu não soube mais nada a respeito da senhora enferma.
Algumas semanas se passam depois daquela tarde e noite na casa da dona Ingrácia. Hoje está fazendo um lindo dia de sol; e, é dia de sábado, dia de feira em Santa Maria da Vitória. Estou passeando pela beira do rio, já próximo do tamarindeiro e quando olho para o ajoujo ancorando no porto, o que vejo? A senhora dos bebês que estava quase à beira da morte, descendo da embarcação acompanhada do marido, carregando mantimentos para vender na feira. ” Que maravilha! Ela não morreu! Graças a Deus ela está viva!”
Fim
Deífico - Extraído da homenagem à Nossa Senhora