Ao vento

Corria apenas pra sentir o vento em seu rosto. Quanto mais corria, mais sua respiração se perdia junto ao vento forte, mais sua boca se abria em um imenso sorriso e a maresia salgava sua boca com o vapor das ondas. Corria para os braços do horizonte desejando ser fundida ao conjunto de sol e mar. Desejava ser o vento, desejava soprar-se para aguas profundas e distantes, desejava estar a alguns kilometros dali. Sentia-se feliz como a tarde abandonada da praia deserta. O suor lhe escorria a testa e seus cachos loiros dançavam com o vento.

Sua felicidade era estranha, desejava estar longe mas amava as tardes ao mar. Mesmo com areia em seus olhos, ela sorria. Ela deixava recados no vento do litoral. O vento soprava para a serra.

O vento é único, soprou além mar. Naquele instante, ele ligava seu computador. Naquele instante eles estiveram juntos, respirando e ouvindo o mesmo ar.