O LOBISOMEM DE AMPARO - PARTE 08 - DESFECHO

DESFECHO

Quando eu tinha seis anos fui estudar na Escola Rangel Pestana e fui comprar pipoca na saída da escola, aliás, todo mundo comprava, pipoca, bala e doces do pipoqueiro, um senhor alto, meio corcunda que podia estar com o calor que fosse estava sempre de camisa de mangas compridas e como era estranho, mas era bonzinho.

Naquele dia enquanto brincava com o Mi e a Sandra o pipoqueiro passa e a Dona Alice rapidamente nos chama para dentro.

-Olha aquele é o Armando Lobisomem, vai que a maldição volte e bom estarem longe dele, ou sobre a proteção de São Elóquio.

Naquele mesmo dia fui à casa de Dona Rosa, desculpa que eu tinha tomado um “ramo de ar”, ela colocou o pano branco em minha cabeça, o copo com água e o galhinho de arruda na água e orou. Quando acabou ela falou:

-André é mio oce procurá um remédio, pois ramo de ar não é.

Então falei para ela que eu queria saber se o pipoqueiro da Escola Rangel Pestana era lobisomem mesmo, ela falou que ele foi.

“Naquela noite sabendo que a esposa dele iria fazer isso, eu e Palmira resolvemos montar guarda dentro do cemitério, pegamos nossos terços, nossa água benta e a cartucheira de dois tiros de nossos maridos e fomos para lá, algo dizia para a gente que seria ali o desfecho da historia”

E assim foi as duas ficaram ali desde o por do sol, elas escutaram tudo e quando viram o lobo pisando de mansinho no solo santo e balançando a pata, elas tiveram certeza que o solo santo estava queimando as patas dele, elas rezaram para a roupa queimar logo, mas como não ia dar tempo elas atiraram um tiro por vez no total de quatro tiros, mas o lobo apenas parava segundos e caminhava com ódio e dor nos olhos em direção da esposa. Elas se lamentavam por não ter levado cartuchos extras na empreitada. E quando o lobo pulou e elas achavam que tudo estava perdido em pleno ar ele deixa de ser lobo e vira homem novamente caindo em cima da mulher.

Elas o vestiram com os aventais que elas usavam e ele deixou de ser guarda noturno e passou a ser pipoqueiro e usava mangas compridas para esconder os calos que tinha nos cotovelos, afinal das contas o lobisomem de apóia neles quando corre.

E essa é historia ou seria estória do LOBISOMEM DE AMPARO.

Um dia lá nos meados de 1974 eu comprando pipoca perguntei para o seu Armando se ele podia me ensinar a uivar. Seu Armand falou rindo que quando eu fosse medico de bicho ele me ensinaria e hoje sou veterinário e seu Armando, dona Alice, dona Palmira e dona Rosa estão em outros planos e eles estejam onde estiver estejam bem e em Paz na proteção do Senhor Deus.

CONTEI MEU CONTO QUEM QUISER QUE CONTE OUTRO

André Zanarella 24/09/2010