Contos do eremita: Visita

Lembra-se do garoto que virou aprendiz, mestre-aprendiz e tudo mais? Lembro-me agora de uma sobre ele. Ele estava andando por aí, e encontrou uma garota. E começou a conversar com a garota. Não sei sobre o conversaram. Devem ter conversado sobre muitas coisas, mas chegaram ao diálogo. "você acredita em criaturas mágicas?"

-Sim, elas existem.

- Bem, adoro ler sobre duendes, e elfos, e coisas do tipo.

- Então, -disse ele levantando-se e estendendo as mãos para ela- venha comigo para um reino magia e melodia misturam-se com poesia, onde o tempo é púrpura e as luzes falam!

E ela segurou as mãos dele, assentindo com a cabeça. Ele continuou.

- Vê as três portas na sua frente?

- Não.

Ele passou a mão na frente dos olhos dela.

- E agora?

- Sim - disse ela, agora magicamente vendo as portas. A primeira parecia antiga. A segunda parecia uma porta comum. A terceira era só a armação de uma porta. - Por qual porta entramos?

- Escolha.

- Hm...a terceira, só com armação.

Ele pegou a mão dela e entraram pela armação. Estavam agora em um campo verde. Longe, quase no horizonte, havia algo como uma enorme cidade-fortaleza medieval. Do outro lado, um pouco menos longe, um templo japonês.

- Bem-vinda ao reino de Montris.

- Montris significa algo?

- Talvez sim, talvez tenha sido apenas um nome bonito. Como não conheço significado nenhum para a palavra, suspeito que seja a segunda opção.

E a garota riu. E parou de rir para quase chorar de admiração. Um ponto de luz rosa aproximou-se dela e disse em voz cristalina e feminina.

- Seja bem vinda a Montris, Lady. O que deseja?

- O que desejo?

- É -interrompeu o garoto. Mas não deseje que um dragão apareça. Não estou a fim de lutar com dragões em meu dia de descanso. Hum... já que vai chover daqui a pouco, que tal abrigo?

- Pode ser...

-Ah, e isto -apontou o ponto de luz- é um aiodrome. O templo está mais perto... quer ir andando, correndo ou de raposa?

- Andando. Quero apreciar o lugar.

- Vamos. - neste momento em que ele pegou a mão dela e começaram a andar, um aiodrome azul começou a seguir o garoto. Depois de um tempo ele parou, olhando pra trás, bem pra trás.

- Acho que ela não gostou de ser rejeitada.

E antes que a garota pudesse perguntar quem era ela um raio caiu ali perto, e o clarão ofuscou tudo. Quando a luminosidade voltou ao normal havia uma raposa perto dela. Branca como a neve, grande como um cavalo, com nove caudas e olhos prateados.

- É, não gostei mesmo - disse a raposa.

A garota deve ter pensado que a raposa faria algo com ela por estar com raiva. Mas raposas não são tão vingativas, não perto daquele garoto. E o garoto montou na raposa e puxou a garota para cima. Cochichou algo em seu ouvido (o da raposa) e esta saiu em disparadada, veloz como o raio que a trouxe. E o vento fazia uma melodia suave nos cabelos da garota, como se estes fossem cordas de harpa. E correram como o vento. E uma chuva fina começou a cair sobre os três. A chuva começou a cair em flocos, e o tapete de grama virou um tapete de neve à medida que se aproximavam do templo. Agora ela entendeu por que suas roupas haviam mudado quando eles entraram em Montris. Chegando ao templo ele levou ela até um terraço, e ficaram lá a contemplar a neve cair.

- A sacerdotisa não está... espero que ela volte logo.

E apareceram gnomos trazendo sake e alguns petiscos. E eles ficaram a olhar a neve e a raposa que parecia um boneco de neve quando fechava os olhos.

- O que acontece quando a neve derrete? perguntou ele.

- Vira água?

- Não, chega a primavera... ah, ela chegou.

Neste momento sai uma mulher de dentro do templo. Relativamente alta, esbelta, de cabelos e olhos prateados, pele azul-cinzenta, vestido branco e arco gigantesco na mão.

- Esta é Lilith, a grã-sacerdotisa.

- Lilith não era uma deusa do amor?

- Ora, assim como existem várias garotas com o seu nome, existem várias Liliths. Uma, dizem os humanos do mundo cinza, é mãe das criaturas das sombras.

- Diga-me, garota. O que você entendeu sobre a chegada da primavera?

- Acho que...não sei o que significa...

- Humanos vangloriam-se pela sua inteligência. Tem certeza que não sabe?

- Tenho.

- A chegada da primavera é a renovação da alegria. Do calor humano. De uma outra forma de beleza, pois a neve tem a sua. Mas a primavera não chega a esta parte de Montris.

- Que triste...

- Ei, filhotes de humanos. Está na hora de voltar - disse a raposa, levantando a cabeça.

- Não posso ficar? perguntou a garota.

- Não, respondeu a elfa(a sacerdotisa é uma elfa noturna. Você não achou que humanos tinham cabelos prateados, achou?).

- Você pode visitá-los outras vezes, disse o garoto ao se levantar. Você pode visitar esse e outros mundos, tudo depende de você e do tempo próprio para tais visitas. Agora precisamos ir.

A elfa atirou uma flecha de seu arco enorme. A flecha virou uma porta comum um pouco à frente deles. E ao atravessar a porta eles voltaram ao mundo cinza.

P.S.: Gostei. Baseado em fatos reais. ^^ Fui visitar Montris hoje com uma srta bem interessante.

P.P.S.: Valeu aí povo pelos comentários/leituras. Como sempre, nem sempre eu retorno isso, sei que é feio.

P.P.P.S.: Povo do twitter, follow me XD http://twitter.com/DijaDarkdija

Ah é, jajá atualizo o Contos do eremita com esse também. E temos um prólogo até. XD