"dEUS"
Ninguém sabia ao certo, mas o homem que vivia numa pequena casa no alto de uma colina, se auto-intitulava como apenas “dEUS”, achávamos que era louco, mas o velho homem contava histórias que de acordo com ele deveria está nos livros de história que tínhamos na escola.
Eram histórias, lembranças como ele dizia, que a principio eram fantásticas de se escutar, o período da Idade Média, O renascimento, as grandes guerras, a crise de 1929, era tudo tão incrível, parecia que ele contava o outro lado das situações históricas, que ninguém se atrevia a contar, só ficava triste ao falar seus grandes amores, principalmente sobre uma garota que conhecerá durante a ditadura militar, mas ele se lembrava de seu nome e que era tão linda como as mais belas rosas dos campos após o inverno.
Com o tempo, ele foi ficando ausente, quase não saia de casa e eu, claro como todos na pequena vila, fui envelhecendo, ficando mais sábio, mas sentia falta das suas histórias.
Durante o inverno, num dia qualquer, que eu não me lembro ao certo, fui vista-lo, me recebeu muito bem, se lembrava de mim, mesmo estando mias velho, me reconheceu, eu, por outro lado estranhei, por que ele parecia não ter envelhecido nada desde a última vez que todos o viram, ele parecia saber o por que de eu estar ali, antes de lhe perguntar qualquer coisa, ele me deu um pedaço de papel, disse que era para abrir após a sua morte, era um segredo que eu tinha obrigação de guardar.
Não demorou muito tempo, dias depois, fiquei sabendo de sua morte, disseram que o encontraram morto, nas parecia que dormia. Quando fiquei sabendo, logo me lembrei de pedaço de papel que ele me dera. Nele estava escrita sua história, o que me espantou foi o ano de seu nascimento: 1384. Pensei que era piada, mas lendo compreendi. Ele dizia que foi condenado a um castigo divino por ter errado perante DEUS, condenado a vaga pelo tempo até que encontrasse alguém a quem confiasse suas últimas palavras para assim finalmente morrer.
Enfim compreendi todas as suas palavras, tudo que ele dizia para nós e por que o fato de se auto chamar de “dEUS”.