Pedro e a pedra
Pedro passava pela ponte. Estava bastante distraído e pensativo. Não reparava as pessoas, os carros e nem ele mesmo. Contudo, a sua distração foi quebrada por uma luz intensa que ofuscou a sua visão.
Era uma pedra... e era preciosa, igual a que ele tinha visto no museu que foi visitar numa excursão da escola.
Era muita sorte ter encontrado aquele objeto tão valioso. Pedro ficou tão perplexo que não sabia nem o que fazer com a tal da pedra. Então, ele a guardou em seu bolso e a levou para casa.
Não falou nem mesmo aos seus pais sobre o que havia encontrado. O fato é que ele não podia fazer nada com ela por enquanto. Estava guardando a mesma para utilizá-la na hora certa.
Desde então, passou a alimentar sonhos que, para um menino de 16 anos, pareciam serem muito distantes. Para Pedro não! Ele tinha uma pedra preciosa! E ele se sentia tão diferente por conta daquilo.
A questão é que, desde o momento em que Pedro encontrou a pedra, a sua cabeça se voltou totalmente àquele objeto. Quando estava calor, ele pensava: e se a pedra derreter. Quando estava chovendo, ele pensava: e se a pedra for corroída. Tantas coisas norteavam a sua cabeça a fim de preservar o que havia conquistado.
Muitas vezes, Pedro via os cascalhos e as britas na rua. Quando ia a algumas mansões ou as via da rua, também via algumas pedras. Todos tinham pedras. Quem quisesse uma pedra podia encontrar na rua a qualquer momento. Pedro não! Ele nem se interessava. Ele tinha uma pedra preciosa!
Todos os dias, ele olhava para a sua pedra. Pensava sobre como era a sua vida e o tanto que aquela pedra poderia ser importante para ele. O fato é que ela já tinha certa importância, pois ele nunca havia sonhado tantas coisas diferentes após a aparição da pedra em sua vida.
O seu zelo para com aquela preciosidade era tão grande que algumas vezes ele não saiu de casa para que a pedra não ficasse sozinha. E se alguém a roubasse, o que aconteceria com seus sonhos?
A pedra caiu no chão por duas vezes. Em alguns momentos, ele achou que o brilho da pedra já não era tão intenso. Chegou até a pensar que a sua pedra não era algo tão incomum. Mas não, ele não poderia crer naquilo. Ele tinha uma pedra preciosa! Não era uma pedra banal!
Todavia, num dia de bastante correria, ao abrir o seu guarda-roupa sem se lembrar da existência da pedra, a mesma teve uma queda maior que as outras duas. Após aquele tombo, ele viu a maior tristeza da sua vida, pois junto com o revestimento fino da pedra, os seus sonhos também foram quebrados.
A pedra era brita e ele não tinha nada de diferente!