Contos do eremita: O mestre de armas. [parte 3]
Meio orc, criado por orcs, iniciado na espada e escudo, lança e machado. Sete anos, grande como um humano de quinze. Grande como um orc de sete anos. Pronto para a prova do seu destino, foi jogado em uma caverna. Graças às espiadas no livro de um xamã orc conseguiu conjurar uma faísca e acender uma tocha. Tocha na mão esquerda, espada na mão direita, e medo em todas as outras lacunas. A única coisa que lhe disseram era que aquela caverna se chamava Caverna do julgamento, e se ali provasse que era tão forte quanto um orc, aprenderia mais sobre as armas, tornaria-se um orc guerreiro, destino dos orcs mais fortes e motivo de honra para qualquer um de sua raça. Acostumou-se rapidamente à pouca luz. Difícil, porém necessário foi dominar o medo. Medo era uma fraqueza humana, o único medo que um orc poderia ter era não ter uma morte honrada em batalha. Por isso os guerreiros desprezavam os xamãs. Eles não eram fortes o suficiente para a batalha, então se dedicavam ao Deus do fogo, criador dos orcs segundo as antigas lendas. Assim se especializavam em magia. Uma posição honrada apenas quando se tratava de um xamã poderoso o suficiente para fazer frente a um guerreiro. Mas tudo isso agora eram pensamentos soltos que turvavam a mente do pequeno[ não tão pequeno assim] meio orc. E dissipando-os ele continuou a andar...e andar...e andar...e perdeu a noção de tudo...mas continuou andando. Como sempre, ao pensar que suas esperanças de pelo menos encontrar o fim da caverna chegavam ao fim a encontrou. Mas não foi isso que o deslumbrou. Havia algo com vida própria no fim da caverna. Ou talvez, algos. Uma espada que tinha praticamente o tamanho do meio orc estava fincada no chão. Parecia estar ali desde o início dos tempos, porém não estava enferrujada, brilhava como se emanasse luz própria. Nela também haviam algo como inscrições. Apoiado na espada grande e larga o suficiente para partir um cavalo ao meio [assim julgam todos que a viram] estava uma figura. Ele era o outro algo que reluzia na sala. Usava uma espécie de kimono, e algo que o meio orc não soube julgar se era uma saia ou uma calça larga e com pregas. Eram vermelhas, quase roxas, praticamente vivas. E sua pele era verde, um verde tão escuro quanto se possa imaginar. Se não fosse a cor peculiar e o orc soubesse o que era um samurai, poderia dizer que este era um (apesar de que samurais não carregavam espadas largas o suficiente para cortar cavalos). As íris amarelas da figura fitaram o garoto, e este parecia ter diminuido diante daquela presença solene, praticamente divina aos seus olhos. foram poucos instantes, mas aqueles poucos instantes que são praticamente eternos. Até que ele ouviu uma voz, profunda e solene, que ecoou pela caverna. Um murmúrio de alguém que está entediado há muito tempo vinha da figura, apesar de ela não abria a boca, o murmúrio dirigia diretamente à mente do garoto. Finalmente ele pode entender algo, talvez tarde de mais.
- Hora do julgamento, - e disse isso arrancando a espada enorme do chão e pondo-a por cima do ombro - Meio orc Siegfried.
P.S.: Uau, escrevi muito dessa vez XD Ah é, o meio orc e o eremita não são o mesmo indivíduo. O eremita é um ancião que fica sentado perto de uma fogueira mágica contando histórias, ai ele tá contando a do meio orc, que é um personagem de memórias de um aprendiz. Como ele descobriu isso deve ser informação confidencial. O eremita também conta uma lenda antiga no livro[memórias de um aprendiz], logo no começo, e claro, sendo um ancião ele deve ter uma história de vida a contar além das outras todas. Qual é e quem ele é ainda é mistério, tão mistério quanto o nome do protagonista desse livro. Até agora os elfos não trouxeram o nome dele. Acho que só quando eu evoluir mais, ou talvez o mistério seja ele não ter nome mesmo. E como sempre, valeu pelas leituras, comentários, talz, e pela promoção à flauta! [piada interna] Como diz a Nakamura-sama, ((PAZ)) XD.