Sem palavras

No ano de 1.861, um andarilho saiu sem destino algum e chegou em uma aldeia na mais longínqua região do norte dos Estados Unidos.

Chegou bem na hora do repouso quando deparou com alguns índios sentados no chão e de certa forma mudos. Eram doze.

Poucos simpáticos entreolharam-se na chegada do andarilho, que, sem dizer qualquer palavra, retirou a mochila das costas e a deixou no chão.

Aproximou cautelosamente e com passos firmes para não despertar qualquer reação, pois estava em território talvez inimigo.

Qual não foi a sua surpresa ao entender alguns sinais com as mãos e cabeça feitos pelo índio, que parecia o mais velho, apesar de não ter entendido qualquer palavra, sentou-se na pedra ao lado deles.

Para evitar animosidades e sem querer explicar muito, o andarilho fez um sinal, levando a mão direita à sua boca e após cinco minutos recebeu um caldo em uma tigela de barro e um pedaço de pão.

Meio desconfiado, mas com fome, provou o caldo e partiu o pão em pedaços para saciar a sua fome, sendo observado pelos anfitriões, que conversavam alegres, oportunidade em que o andarilho sem entender qualquer palavra notou que eles estavam sorrindo e, com isso, pode degustar tranquilamente os alimentos.

Alguns cavalos sem selas passaram por perto, conduzidos e colocados dentro de um cercado por um jóvem índio, que após a sua missão retornou para a sua tenda.

Sem dizer qualquer palavra o andarilho, levantou, pegou a sua mochila, colocou em suas costas e fazendo um sinal de agradecimento partiu sem destino algum. Ao virar novamente para eles, viu que os doze ainda estavam no mesmo lugar, conversando e rindo.

Lúcio Flávio de Albuquerque
Enviado por Lúcio Flávio de Albuquerque em 10/09/2010
Reeditado em 11/09/2010
Código do texto: T2490672