A Casa
A mulher caminhava pelo caminho das pedras.
Caminhava tranquilamente, os sons de seus passos cadenciados enchendo os vazios do silêncio. Ela estava de saltos e vez ou outra um salto enganchava entre as pedras. A mulher desequilibrava um pouco, mas logo retomava a caminhada.
O dia estava bonito. Sim, era o que se podia chamar de um bonito dia. Nuvens no céu? Sim, nuvens no céu. Mas não parecia que iria chover.Talvez longe, muito longe, não ali onde ela caminhava ouvindo os pássaros cantarem. De repente... De repente os pássaros começaram a passar em bandos, vôos rasantes e rápidos em busca de abrigo. Distraida em seus pensamentos não notara a a mudança do tempo. A escuridão que se antevia ao longe, muito longe, alcançara agora o seu céu.Raios e trovões chegaram fortes. Ela sentiu medo. Andou rápido em direção ao carro, estacionado perto da velha casa abandonada, quase na beira da estrada. Agora, tropeçava em seus próprios pés. Começou a correr, cuidando para não cair. A chuva aumentou, não era mais uma simples chuva, era uma tempestade. O carro seria seu abrigo, onde esperaria a chuva diminuir para ir embora. Tentou abrir a porta do carro, trazia a chave na mão, a única coisa que levara consigo quando decidira dar aquela caminhada. A bolsa e o agasalho estavam no carro. O celular também. Nervosamente, tentou abrir a porta do veículo, mas estava tão atabalhoada que deixou a chave cair. Tentou pegá-la, mas a tentativa foi inútil, a enxurrada a carregara para longe de seus olhos. A mulher não pensou duas vezes: correu até a casa, arrebentou a porta de vidro e entrou, as mãos feridas, ensangüentadas. Agora a água da chuva já se misturava as de seus olhos e ao sangue que escorria de suas mãos.Desalentada encostou-se na parede e deixou-se cair assentada no chão frio e molhado: a casa não tinha teto.
( Em Pequenas Histórias Encantadas)
A mulher caminhava pelo caminho das pedras.
Caminhava tranquilamente, os sons de seus passos cadenciados enchendo os vazios do silêncio. Ela estava de saltos e vez ou outra um salto enganchava entre as pedras. A mulher desequilibrava um pouco, mas logo retomava a caminhada.
O dia estava bonito. Sim, era o que se podia chamar de um bonito dia. Nuvens no céu? Sim, nuvens no céu. Mas não parecia que iria chover.Talvez longe, muito longe, não ali onde ela caminhava ouvindo os pássaros cantarem. De repente... De repente os pássaros começaram a passar em bandos, vôos rasantes e rápidos em busca de abrigo. Distraida em seus pensamentos não notara a a mudança do tempo. A escuridão que se antevia ao longe, muito longe, alcançara agora o seu céu.Raios e trovões chegaram fortes. Ela sentiu medo. Andou rápido em direção ao carro, estacionado perto da velha casa abandonada, quase na beira da estrada. Agora, tropeçava em seus próprios pés. Começou a correr, cuidando para não cair. A chuva aumentou, não era mais uma simples chuva, era uma tempestade. O carro seria seu abrigo, onde esperaria a chuva diminuir para ir embora. Tentou abrir a porta do carro, trazia a chave na mão, a única coisa que levara consigo quando decidira dar aquela caminhada. A bolsa e o agasalho estavam no carro. O celular também. Nervosamente, tentou abrir a porta do veículo, mas estava tão atabalhoada que deixou a chave cair. Tentou pegá-la, mas a tentativa foi inútil, a enxurrada a carregara para longe de seus olhos. A mulher não pensou duas vezes: correu até a casa, arrebentou a porta de vidro e entrou, as mãos feridas, ensangüentadas. Agora a água da chuva já se misturava as de seus olhos e ao sangue que escorria de suas mãos.Desalentada encostou-se na parede e deixou-se cair assentada no chão frio e molhado: a casa não tinha teto.
( Em Pequenas Histórias Encantadas)