Estranhos no Mesmo Ninho.
Não existia diálogo entre eles, quando havia mais parecia um monólogo.
Jantavam juntos como em um restaurante lotado, dividiam a mesma mesa tal qual estranhos.
Habitavam a mesma casa igual à visinhos recém-chegados ao condomínio, cumprimentam por educação.
Por um tempo as conversas com o único filho uniam-nos como família, só notaram quando começou a namorar e passar a quase não vir para casa, quando estava ficava no quarto com a namorada.
Sexo tinham que fazer, o corpo pedia. Ele a procurava cada vez menos, ela nem notava.
Quando a televisão quebrou, ficou cada um no seu canto do sofá sem saber o que fazer, sem ter o que dizer.
Ela pegou um livro e se pôs a ler. Ele encostou a cabeça no sofá, fechou os olhos torcendo por um outro dia logo amanhecer e poder ir trabalhar.