A Rainha.
Vaguei pelo jardim a fora, era madrugada e a luz da Lua plenamente cheia iluminava meu caminho, mas não meu coração. Me sentia uma castelã de um castelo vazio, correndo em direção à minha própria guilhotina. Eu que sempre fui dona da verdade dentro de meu próprio reino! Como ousavam julgar-me traidora? Como desconfiaram do meu sangue azul, de minha pureza virginal? Como se quer pensaram que minhas palavras pudessem ser mentiras ou que meus atos pudessem ser falhos?
Meu coração que nunca amou agora se econtra em pedaços. Antes mesmo de doar todo meu amor, antes de me amarem como pessoa que sou (me exaltavam apenas como soberana), fincaram sem dó uma espada em meu coração, eu que era somente uma pobre alma perdida.
Minhas horas se findaram. Não na guihotina, escapei das falsas acusações. E depois disso não havia mais porque respirar, não havia o que eu defender. Eu me via indo pra um lugar distante de meu reino, e isso era mínimo necessário para decretar-se o meu fim. Claro que meu reino ficaria bem, mas eu não.
Uma rainha presa na própria masmorra, que virou súdita de suas próprias ações, de seu próprio duro, guerreiro e vazio coração.
(à lá Elizabeth I.. rs)